A “luta” pelo novo Hospital nas Caldas-Óbidos foi acontecimento do ano

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A união que sempre houve em torno das questões da saúde tem sofrido um viés nas últimas semanas
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A contestação à decisão do ministro da Saúde tem sido feita de diversas formas

O anúncio feito pelo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, na OesteCIM, de que o novo hospital a construir no Oeste ficaria localizado no Bombarral foi e está a ser contestado pelo município das Caldas, que defende que o equipamento deverá ficar localizado num terreno que abrange os concelhos das Caldas e de Óbidos. Uma luta que foi, para a redação da Gazeta, o acontecimento do ano. Mesmo antes da decisão do governante, a 27 de junho, a autarquia, juntamente com as outras forças políticas do concelho e a sociedade civil já se tinham mobilizado e dinamizado iniciativas de defesa pela manutenção do hospital nas Caldas e também por melhores condições de saúde na região. Logo no início do ano, em fevereiro, as autarquias das Caldas, Óbidos e Rio Maior, tomaram uma posição conjunta, apontando a escassez de critérios do estudo e defendendo a opção Caldas-Óbidos. Ainda em fevereiro decorreu o debate “Cuidados hospitalares no Oeste – um novo hospital”, que juntou diversos especialistas na área, entre eles Sérgio Barroso, diretor do CEDRU e especialista na área do Ordenamento do Território, que é responsável pelo parecer técnico-científico apresentado pelo município caldense, que defende uma avaliação multicritério e critica o estudo da OesteCIM. A 1 de abril houve velas acesas, numa vigília que juntou algumas centenas de pessoas no Céu de Vidro, no culminar da iniciativa “Vozes pelo hospital”, que contou com intervenções políticas frente ao Hospital Termal. Em julho, realizou-se no CCC, uma Assembleia Municipal sobre a temática da saúde, onde se apresentou, publicamente, o movimento cívico “Falo pela tua saúde”, que dias depois viria a organizar uma marcha lenta entre as Caldas da Rainha e Óbidos, enquanto decorria, na Assembleia da República, o debate do Estado da Nação. Já em agosto começaram a ser enviados, diariamente, postais de protesto a António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, a pedir o hospital nas Caldas/Óbidos.
Em setembro foi entregue um novo documento, também elaborado por Sérgio Barroso, a refutar o relatório entretanto conhecido do Grupo de Trabalho, que sustentou a escolha do Bombarral. Começou também a ser preparada a ação de mobilização para a marcha em Lisboa, que juntou cerca de duas mil pessoas, a 21 de outubro, e que culminou com a entrega dos documentos na residência oficial do primeiro-ministro e a expetativa de uma audiência, que já tinha sido pedida, por várias vezes, e que não se concretizou até ao final do ano. ■

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