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A chuva concretizou o milagre atribuído anualmente a esta padroeira desde que há mais de três séculos foi encontrada nas arribas da Serra do Bouro (Caldas da Rainha), lugar que passou a ser designado por Fonte Santa. E por mais que se concorde ou não com a lenda, o certo é que este fenómeno natural repete-se em cada ano no dia da celebração ou nos dias muito próximos, pelo que a imagem de Nossa Senhora dos Mártires continua a ser venerada com a máxima devoção, tanto na freguesia onde é Padroeira, Serra do Bouro, como em Perth Amboy, nos Estados Unidos, onde desde há 28 anos a comunidade portuguesa em geral lhe presta as devidas honras, como aconteceu nos passados dias 2 e 3 de Abril. O que não estava previsto nesta celebração foi o vento forte e frio que se fez sentir, sobretudo no domingo durante todo o dia, levando a que o percurso da procissão tivesse sido encurtado por precaução, o que aconteceu pela primeira vez. Sem dúvidas que estas condições atmosféricas adversas prejudicaram os festejos, mas a fé falou bem mais alto e a festa acabou por ser concretizada. Não com aquela assistência habitual proveniente de outras localidades mais distantes, mas com o mesmo fervor e a mesma vontade por parte da organização em dar vida a um evento que por mérito próprio se tornou no ponto de referência mais saliente da comunidade. O folclore, a música para dançar, as concertinas e outras diversões, preencheram parte da tarde e a noite do primeiro dia dos festejos. Enquanto isso os fogareiros funcionavam em pleno na preparação das iguarias muito apreciadas e próprias desta ocasião, com muito por onde escolher, desde a sardinha assada passando pelo frango de churrasco, pelas febras na brasa, pelo chouriço assado e muitos outros. Como sempre, a parte religiosa constituiu o ponto alto dos festejos, com a missa solene e a procissão acompanhada pela banda de música, e pelos muitos fiéis que rogavam as suas preces aos santinhos da sua devoção. E de novo o arraial com mais folclore, música para dançar e sorteios, onde não podiam faltar as deliciosas e genuínas cavacas das Caldas, nem as filhoses e outras espécies de doçaria. Por força da lei não são permitidos foguetes bem à moda portuguesa, mas a largada de balões simboliza o regozijo que é sentido em cada ano de celebração.
Jack Martins