Habitantes dos concelhos da região Oeste podem optar entre a A8 e a A1 para chegarem a Lisboa ou seguirem para o Norte

A8 é a segunda auto-estrada do país com o preço médio por quilómetro mais baixo, mas nem sempre é a opção mais barata para os oestinos chegarem a Lisboa. Quem viaja de Alcobaça pode poupar 5 euros com mais 10 minutos de viagem

A A8 foi construída durante a década de 1990 para ser a melhor ligação do Oeste a Lisboa, e também a Norte, como alternativa à A1. Mas será mesmo a melhor opção para quem viaja do Oeste para a capital do país?
Não há uma resposta simples para esta questão, pelo menos quando o que se avalia vai além do tempo de viagem. É certo que a deslocação do Oeste para Lisboa através da A8 será mais rápida, mas pode revelar-se mais dispendiosa. E no caso do concelho de Alcobaça, a A1 poderá até ser mais curta e mais barata, o que não significa que seja mais rápida.
Utilizando a ferramenta Viamichelin.pt, que ajuda a calcular alternativas de percurso, tempos e custos de viagem – incluindo gastos com combustível e com portagens -, analisámos qual a melhor opção para chegar a Lisboa viajando de cada sede de concelho.
Há um critério de avaliação que é claramente favorável à Auto-estrada do Oeste: o tempo de viagem.
Quem quer chegar mais depressa a Lisboa tem na A8 a melhor opção. O percurso é directo e quase todo feito em auto-estrada. Mesmo no percurso entre as Caldas e o Bombarral, que não tem portagens, a circulação é sempre feita em duas faixas com separador central.
Para quem o tempo não é a questão principal, há que medir prós e contras. Se as alternativas demoram mais tempo, também são mais “amigas” da carteira. Começando a norte, a partir de Alcobaça a opção de escolher o IC2 e a A1 para chegar a Lisboa pode gerar uma poupança de 5 euros (de 18,74 euros para 13,28), com uma diferença de 15 minutos. A maior parte da poupança é gerada pela portagem, mas o gasto com combustível também é mais reduzido.
Poupança idêntica tem quem escolhe o IC2 e a A1 para chegar a Lisboa a partir da Nazaré. Contudo, o tempo de viagem sobe de 1h25 para quase 2 horas para o mesmo número de quilómetros.
A viagem das Caldas da Rainha para Lisboa também tem como alternativa à A8 o IC2 e a A1. A poupança em portagens e combustível cifra-se em menos de 2 euros, de 13,55 para 11,77, mas a viagem dura mais 20 minutos, o que significa um incremento de 33%. Valores idênticos tem a viagem entre Óbidos e Lisboa, mas o tempo sacrificado aumenta para meia hora.
Curiosamente, até a viagem desde o Cadaval para a capital fica mais barata utilizando a alternativa pelo IC2 e A1. Demora mais 9 minutos, mas poupa 1,25 euros na viagem, de 9,70 para 8,45.

O 2º MELHOR PREÇO POR QUILÓMETRO

A A8 tem, na totalidade da sua extensão, 125 quilómetros e um custo total de 9,50 euros de portagens, para os veículos da categoria 1. O custo por quilómetro dos troços pagos é elevado por comparação à A1, à qual pretende ser alternativa. Em toda a sua extensão, a chamada auto-estrada do Norte tem um custo médio por quilómetro de 8 cêntimos.
A auto-estrada que mais se aproxima deste preço médio, com toda a extensão paga, é a A4, com um custo médio de 8,7 cêntimos.
A A8, contabilizando apenas os troços pagos, tem um custo médio de 9,2 cêntimos por quilómetro.
No entanto, a auto-estrada do Oeste tem um trunfo que a atira para o topo das mais competitivas ao nível do preço: 21 quilómetros de circulação gratuita entre as Caldas da Rainha e o Bombarral.
Juntando estes 21 quilómetros aos 105 que são pagos, o valor médio por quilómetro passa dos 9,2 cêntimos para 7,6 cêntimos.
Desta forma, a A8 passa a ser mais barata que a A1 e apenas é superada no país pela A23, a auto-estrada da Beira Interior, cujo quilómetro tem um preço de 6,9 cêntimos para quem realiza todo o percurso entre Santarém e a Guarda.
Já a outra auto-estrada que serve o Oeste, a A15, está no outro extremo da lista. A via que liga a A8 em Óbidos a Santarém tem um preço médio de 9,6 cêntimos por quilómetro e só há duas mais caras em todo o país: a A9 (antiga Cricular Regional Externa de Lisboa), que custa 9,9 cêntimos por quilómetro, e a A21, que liga a A8 na Malveira à Ericeira, a única que passa os 10 cêntimos de custo médio.

OS TROÇOS MAIS CAROS E OS MAIS BARATOS

A Auto-estrada número 8 é composta por 19 troços (embora dois deles sejam na verdade ligações com a A17).
Curiosamente, o mais caro de todos os troços é composto pela extensão de apenas 3,5 quilómetros que ligam a Zona Industrial das Caldas da Rainha a Tornada, que custa 35 cêntimos para os veículos da categoria 1, ou seja, 10 cêntimos por quilómetro.
Ao invés, no extremo oposto, estão os 2,4 quilómetros entre a Lousa e a Malveira, que custam “apenas” 15 cêntimos, com um custo médio de 6,3 cêntimos. Segue-se o troço que liga a CREL à Lousa, que custa 8,3 cêntimos por quilómetro. Todos os restantes têm preços médios acima dos 9 cêntimos.