ACDR Arneirense venceu a primeira edição dos Jogos Sem Fronteiras no Parque

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A primeira edição dos Jogos Sem Fronteiras pôs frente a frente seis colectividades caldenses em oito provas que testaram a habilidade física dos 84 participantes, assim como o seu conhecimento sobre as Caldas da Rainha, as associações em competição e o La Vie.
Os Jogos realizaram-se no dia 2 de Julho e o Parque D. Carlos I foi o cenário escolhido para acolher a iniciativa que teve como grande vencedor a Associação Cultural Desportiva e Recreativa Arneirense. Participaram ainda os Pimpões, o Agrupamento 337 dos Escuteiros, a Casa do Benfica, o Sporting Clube das Caldas e o Caldas Sport Clube.

É sábado à tarde e no antigo parque das bicicletas já se encontram reunidas as claques de apoio às equipas. Algumas trazem cartazes, outras cânticos de incentivo. À medida que se aproxima o início das provas vão-se juntando mais pessoas que aproveitam o evento para reviver os originais Jogos Sem Fronteiras que foram transmitidos pela RTP nos anos 80 e 90.

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A miudagem que não acompanhou o programa de televisão diverte-se na mesma com a versão organizada pela empresa P8 Eventos & Animação, numa iniciativa do centro comercial La Vie e União de Freguesias Nª Sra. Do Pópulo, Coto e S. Gregório.
“O Parque das Caldas é um espaço único para realizarmos este evento”, destaca Paulo Conceição, responsável da P8, acrescentando que todos os jogos apresentados foram criados pela sua empresa e pretendem aliar a actividade física ao convívio.
Na primeira prova testa-se a força e coordenação dos braços dos participantes, que aos pares devem fazer uma volta de barco ao lago. Ganha mais pontos a equipa que realizar o percurso em menos tempo. O jogo seguinte é uma tradicional corrida de sacos e enquanto os homens se apressam por chegar à meta, as mulheres (disfarçadas de pinos humanos) fazem tudo por derrubá-los.
O terceiro desafio tem dois obstáculos: um insuflável e um conjunto de quatro paus que são dispostos de forma a suportar um dos participantes que deve manter-se de pé em pleno andamento. Haja equilíbrio!
No jogo “Pares Colados” dois elementos de cada equipa são atados um ao outro pelos pés tendo como objectivo transportar o máximo número de bolas de um balde para um pneu (a cada associação foi atribuído um pneu com a cor específica da sua colectividade).
Segue-se a prova de perguntas e respostas. “Em que ano foi inaugurado o La Vie?”, “Quantos castelos tem o brasão das Caldas?” e “Qual a associação em competição mais antiga?” são algumas das questões lançadas para o ar.
Depois do jogo das tábuas andantes e do puzzle humano, está na hora da competição final. Ganha mais pontos a equipa que meter mais água… literalmente. Isto porque a prova implica que sacos cheios de água sejam lançados por uma catapulta e finalmente apanhados em baldes. A colectividade que fizer mais litros obtém a classificação mais alta.
Feitas as contas dos oito jogos, os “laranjas” do Arneirense são os grandes vencedores com 46 pontos e em segundo lugar ficam os “amarelos” dos Pimpões com menos 11 pontos. Há três equipas com 32 pontos e, feito o desempate, o bronze é dos “verdes” do Sporting das Caldas.
Em quarto e quinto lugares ficam o Caldas Sport Clube e a Casa do Benfica, respectivamente vestidos de preto e vermelho. Com 23 pontos, o Agrupamento 337 dos Escuteiros é o último classificado, mas nem por isso os “brancos” parecem desanimados. O espírito vivido entre todos é que participar é mais importante que ganhar.

COLECTIVIDADES MAIS UNIDAS

“Estamos muito contentes por ter participado. Ganhar foi um extra, porque o mais importante desta iniciativa é a união que se cria dentro das colectividades”, comentou Anabela Patacho, presidente da ACDR Arneirense, acrescentando que no final do evento os participantes e amigos da associação teriam à sua espera na sede um jantar de convívio.
Cansados mas muito satisfeitos. É assim que Ricardo Madruga, presidente do Sporting Clube das Caldas, descreve os ânimos da sua equipa, composta por elementos da direcção do clube, esposas e amigos. “Preparámo-nos apenas 15 minutos antes dos jogos começarem, o que demonstra que a nossa prioridade não era ganhar, mas sim divertirmo-nos ao máximo”, salientou, destacando o Parque como “a jóia da cidade que deve ser dinamizada com mais iniciativas como esta”.
A entrega de prémios decorreu no centro comercial La Vie, com Vítor Marques, presidente da União de Freguesias a realçar que os Jogos Sem Fronteiras deram ânimo ao Parque, poucos dias após se terem denunciado actos de vandalismo naquele espaço. Já Manuel Castro, representante da Wider Property (empresa que gere o La Vie) disse que “a iniciativa cumpriu o principal objectivo de abrir o centro comercial à comunidade e dinamizar a cidade”, adiantando que organização já pensa numa segunda edição. Dos prémios constaram faróis em cerâmica da autoria do caldense Pedro Braz e placas com as iniciais JSF (Jogos Sem Fronteiras).

Caldas da Rainha participou nos Jogos Sem Fronteiras em 1983

Entre o público que assistia ao evento no Parque encontrámos Maria José Rocha, professora da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro que em 1983 partiu rumo à Suiça para participar nos Jogos Sem Fronteiras (os originais) em Lausanne.
“Hoje faz precisamente 34 anos desde que embarcámos. Foi uma experiência excepcional e, embora tenha ficado com uma lesão no joelho, voltaria a participar novamente”, conta a caldense que na altura tinha 19 anos.
Esta foi a primeira vez que as Caldas representou Portugal no programa (viria repetir o feito anos mais tarde) e Maria José Rocha recorda que a equipa de 10 pessoas contou com três intensos meses de preparação.
“Tínhamos treinos bi-diários em que treinávamos remo, piscina, corrida, resistência e flexibilidade”, recorda, salientando que as provas do programa eram extremamente difíceis, “embora na televisão parecesse tudo muito simples”. Curiosamente, Portugal foi o país que mais vezes venceu os Jogos Sem Fronteiras, conquistando sete ouros.
Inicialmente a antiga concorrente tencionava participar nos Jogos Sem Fronteiras organizados pelo La Vie (em representação do Sporting das Caldas) mas o insuflável poderia relevar-se um risco para o seu joelho que nunca recuperou a cem por cento da aventura suiça.

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