
Agência Portuguesa do Ambiente garante que não existe risco de contaminação e que irá cobrir os sacos de areia
O facto de os sacos de areia que há mais de duas décadas protegem a duna da praia do Bom Sucesso, em Óbidos, estarem à vista suscitou algumas preocupações junto de populares. As principais queixas eram relativas à possível contaminação da areia ou das águas, um cenário que foi de imediato afastado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
Após os sacos de areia ficarem à mostra, o que se deveu à agitação marítima, a Câmara de Óbidos formalizou o pedido para resolução desta situação no final de janeiro deste ano. O mesmo deverá ocorrer com o desassoreamento da parte inferior da Lagoa e a deposição da areia dragada neste local, utilizando-a para cobrir os sacos. Na mesma reunião, o presidente da Câmara de Óbidos, Filipe Daniel, pediu à APA uma solução definitiva para travar a constante deslocação da aberta, algo que ficou de ser estudado por aquela entidade.
Também o facto de os sacos de prolipropileno acusarem o passar dos anos e estarem, alguns, destruídos e a desfazer-se também motivou preocupação por parte dos veraneantes.
A APA respondeu à Gazeta das Caldas que tem “conhecimento da situação, não só no âmbito do acompanhamento de todas as intervenções na Lagoa como das suas competências enquanto Autoridade Nacional da Água, a qual não constitui qualquer risco de contaminação da água ou areia”.
A entidade explicou também que tal se deveu “à agitação marítima e à hidrodinâmica da lagoa”, acrescentando que “a duna da praia do Bom Sucesso tem vindo a sofrer nos últimos meses um processo de erosão que colocou parcialmente a descoberto os sacos de areia que protegem a base da duna, tendo-se verificado recentemente que alguns estão rasgados na sua parte superior”.
Em resposta ao nosso jornal, aquele organismo garante que “o material dos sacos não é suscetível de provocar contaminação da água ou areia” e que “as análises de qualidade da água realizadas regularmente na lagoa e área costeira contígua, não registam qualquer contaminação”.
Apesar de não se comprometer com uma data, a APA “vai manter a monitorização da situação e irá promover a cobertura com areia dos sacos a médio prazo, mas não deixará de intervir de forma célere se se vier a justificar”, garantem os responsáveis.
A colocação de sacos de areia para proteger a erosão costeira daquela duna foi uma solução que foi colocada em prática pela primeira vez em 1998, com a colocação de um total de 3000 sacos de areia. A mesma operação foi repetida nos anos seguintes, voltando a ser ali depositados milhares de sacos de areia.