Gerir o seu próprio dinheiro, “trabalhar” para ganhar um salário e experimentar algumas profissões. Tudo isto foi possível na KidZania, parque temático do Dolce Vita Tejo, onde a Gazeta das Caldas acompanhou a visita de uma turma da EB1 do Avenal.
Os 25 alunos do 2º A foram premiados com esta viagem pois venceram o passatempo promovido pelo nosso jornal, que desafiou as escolas do 1º ciclo do concelho a criarem uma capa para a Gazeta. No dia 17 de Maio tiveram a oportunidade de serem adultos por um dia e brincarem ao faz de conta na cidade da KidZania.
A partida da escola primária do Avenal está marcada para as 8h45. Dentro do autocarro, a primeira coisa a fazer é sentar os alunos que facilmente enjoam à frente. O entusiasmo mede-se pelos sorrisos de orelha a orelha dos 25 alunos do 2ºA, pelas palmas e canções.
“Hoje estamos livres da escola, isto é que vida!”, comentava uma das crianças. Para esta turma, a ida à KidZania não é uma novidade, pois no ano anterior fizeram uma visita de estudo àquele parque temático. Mas a excitação não é menor por isso. Pelo contrário: como já têm ideia do que vão encontrar, os colegas comentam entre si as actividades que não querem perder e há até grupos a escreverem listas em bloco de notas para não se esquecerem das experiências em que pretendem participar.
À medida que Lisboa se vai aproximando, os alunos realçam que os prédios são maiores que nas Caldas da Rainha e dizem orgulhosos que sabem que hoje vão até à capital do país. Quando chegam ao Dolce Vita Tejo, há tempo para lanchar antes de entrarem na KidZania.
Bem-vindos senhores
Os 25 alunos são desde logo recebidos como verdadeiros adultos. Não há cá “meninos”. As crianças são tratadas por “senhores” e o primeiro que fazem é trocarem os cheques que lhes foram entregues à entrada por notas. E fazem-no indo ao banco, patrocinado pela Caixa Crédito Agrícola. Tudo se parece com a realidade, desde o balcão, o funcionário até a caixa multibanco. Com uma diferença. Aqui não há euros, mas sim kidZos, a moeda oficial da KidZania.
Dois dos valores estimulados por este parque temático é a autonomia e independência. Por isso mesmo, as crianças têm liberdade para andarem sozinhas pela KidZania e escolherem as actividades em que querem participar. Nesta cidade do faz de conta há ruas, praças e monumentos.
Há também 60 profissões disponíveis, distribuídas por estabelecimentos que são tal e qual a realidade e que são patrocinados por diversas marcas. Embora a experiência seja a brincar, os pequenos encaram cada tarefa com a responsabilidade de um adulto.
Podem ser carteiros nos CTT, cozinheiros da Telepizza ou do McDonalds, fazer gelados na Olá e sumos na Compal, ser operadores de caixa ou repositores no Lidl, polícias, bombeiros, técnicos do INEM, farmacêuticos, locutores da RFM, apresentadores da SIC, jornalistas do Expresso, revisores da EDP ou construtores civis. Por cada trabalho, as crianças recebem um salário.
Mas há também actividades em que têm que pagar para usufruir da experiência. Por exemplo, para poderem conduzir os carros da pista de automóveis têm que tirar a carta de condução e para obterem um cartão da universidade têm que pagar as propinas. Se quiserem ir à discoteca, comprar lembranças ou fazer pinturas faciais, também são obrigados a desembolsar uns quantos kidZos.
O conceito KidZania nasceu no México em 1999 e já está presente em países como o Japão, Indonésia, Dubai, Coreia do Sul, Malásia, Chile, Banguecoque, Índia, Egipto, Turquia, Arábia Saudita, Brasil, Reino Unido, Rússia e Singapura. A KidZania de Lisboa foi a primeira da Europa e implicou um investimento de 15 milhões de euros.
Diversão e educação no mesmo espaço
Após cinco horas de diversão e já de regresso para as Caldas, Teresa Araújo conta que aprendeu como tratar a pata de um animal no veterinário e como se cuidam os bebés nas maternidades. A amiga Sofia Almeida comenta que agora já sabe como se fazem os hambúrgueres do McDonalds, enquanto Maria Francisca está entusiasmada por ter sido jornalista de rádio e imprensa no mesmo dia. Também a colega Laura Lucas se junta à conversa para dizer que após a visita à KidZania já sabe o que acontece aos medicamentos que se encontram fora da validade e que os farmacêuticos são profissionais que não trabalham apenas no atendimento ao público, mas também nos hospitais e em laboratórios.
“A KidZania é um espaço onde aprendemos e nos divertimos ao mesmo tempo”, realçam as alunas, que acrescentam que dão muita importância ao dinheiro que ganham nas actividades, não só porque “é um sinal do nosso esforço e de que trabalhámos, mas também porque podemos gastá-lo em coisas que gostamos como as lembranças”.
Já Alexandre Silva comenta que se dependesse apenas dele “vinha à KidZania todos os dias”. “Aqui fiz coisas que nunca tinha feito antes e que podem vir a ser úteis mais tarde porque nos ajudam a perceber o que queremos ser no futuro”, afirma o aluno, que elogia o facto de o terem tratado sempre como um adulto.
Embora não sejam leitores da Gazeta das Caldas, a maioria dos alunos conhece o jornal, não só porque foi o promotor do passatempo que os levou à KidZania, mas também porque costumam vê-lo nos cafés ou em casa de familiares.
A turma foi acompanhada dos professores Ana Antunes e Abílio Sabino.