
A venda de 400 presépios feitos por alunos da D. João II reverteu no donativo à IPSS
“Ser solidário é conseguir com pequenos gestos, transformar e fazer a diferença na vida de quem precisa. É perceber que a alegria de dar poderá ser superior à de receber. É um dos sentimentos mais nobres da humanidade”. A frase, do diretor do agrupamento, Jorge Graça, serviu de mote às turmas B e F, do 5º ano da D. João II, para desenvolver um projeto solidário, que culminou com a entrega, a 8 de fevereiro, de uma cama articulada para os idosos da Santa Casa da Misericórdia das Caldas da Rainha. Durante o primeiro período, os 48 alunos das duas turmas criaram presépios, cartões de Natal e envelopes de embrulho, com a ajuda dos pais, que depois venderam na rua, no centro da cidade, antes do Natal. No total conseguiram obter 660,61 euros, que foram depois empregues na aquisição de uma cama articulada. Mónica Rebelo e Joana Domingues, diretoras das turmas que dinamizaram o projeto “Ser Solidário é Dê.mais”, destacaram o trabalho dos alunos e a colaboração dos pais e encarregados de educação em todos os momentos, inclusive na entrega do equipamento. Um apoio que “vem reforçar o que a nossa escola muito tem trabalhado, a relação importantíssima, aluno, escola e família”, destacaram as docentes. Também presente na cerimónia, o diretor da D. João II, Jorge Graça, realçou o trabalho realizado, mas sobretudo a atitude solidária dos alunos, e deixou um incentivo para que possam continuar a desenvolver estes projetos.
Maria da Conceição Pereira, provedora da Santa Casa da Misericórdia caldense, lembrou que a instituição vive de receitas próprias, acordos, subsídios que recebe da autarquia e juntas de freguesia, mas também da generosidade da comunidade. “Todas as ajudas são importantes, desde as mais simples às mais volumosas”, disse a responsável, destacando o simbolismo da oferta, por parte dos alunos.
O equipamento teve logo utilização, no lar da instituição. Maria da Conceição Pereira reconhece que este está a “ser um ano complicado de gerir”, tendo em conta que a Santa Casa não aumentou as mensalidades e que os acordos registaram uma pequena subida, mas que fica aquém do aumento do custo de vida que se regista. Há, inclusivamente, “valências em que estamos a ter prejuízo mensal”, explica, dando como exemplo o Lar de Infância e Juvenil, em que os acordos firmados são antigos e não têm sido atualizados. “O que recebemos não chega para pagar a mensalidade dos funcionários, e depois temos a alimentação e transportes” especifica, fazendo notar que a instituição garante o resto das despesas e que “é com muito orgulho” que continuam a apoiar três jovens que já estão a frequentar a universidade”. Atualmente a instituição possui perto de 150 colaboradores para dar resposta às diversas valências, desde a infância à velhice.
A provedora deixou ainda um repto às crianças e também aos pais para fazerem voluntariado na Misericórdia, sobretudo junto dos idosos, que gostam de ter companhia.■