Entidade lança-se no tecido associativo para apoiar entidades públicas ou privadas do país com interesse em dinamizar projetos na área da superação e do desenvolvimento humano.
O Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha acolheu a cerimónia de apresentação oficial da Academia Portuguesa de Superação e Desenvolvimento Pessoal (APSDH), no passado sábado, dia 5 de novembro, com cerca de 130 pessoas de vários pontos do país na audiência.
Esta associação sem fins lucrativos é dirigida por Joaquim Sobreiro Duarte, fundador do Grupo Sentidos Dinâmicos, um dos parceiros da associação, e master em Programação Neurolinguística e certificado em Coaching, Eneagrama e Hipnose, sendo licenciado em Gestão de Recursos Humanos. A APSDH tem como missão atuar em conjunto com as mais diversas entidades públicas ou privadas de Portugal, como escolas, empresas, autarquias, entre outras, para dinamização de projetos relacionados com desenvolvimento pessoal ou até de literacia financeira, como seja através de workshops, palestras, coaching, team building e formação.
O slogan da academia é “Vem connosco e desperta o melhor que há em ti e na tua equipa. Supera-te”, revelou o presidente da associação durante a apresentação, em que também lançou um apelo aos presentes para se associarem à academia e para se juntarem à Bolsa de Recursos, ou, no caso das autarquias e empresas, para proporem projetos. “Desafiem-nos, desassosseguem-nos, se faz favor! São os vossos desafios que nos vão fazer crescer”, explicou.
Dos corpos sociais fazem parte profissionais de diversas áreas, desde coaches, professores de 1.º ciclo ou de pré-escolar, até diretores de recursos humanos ou gestores de empresas, e de diversos pontos do país, desde Matosinhos e da Guarda até Lisboa, passando pelo Oeste, que têm dinamizado as atividades até ao momento.
Porém, a academia já tem algumas pessoas em vista que gostaria de convidar para a integração da Bolsa de Recursos, e que dirigiram algumas palavras à plateia, através de vídeo, durante a sessão, um deles sendo o especialista em “decifrar pessoas” e autor best-seller, Alexandre Monteiro.
Ao longo da cerimónia, assistiu-se a diversas palestras sobre temas como Inteligência Emocional, Agilidade Emocional, ou mesmo Inteligência Emocional em contexto escolar, tendo este último sido abordado por Nélia Carrilho, professora de 1º ciclo e secretária da Direção da APSDH.
A docente alertou para o papel “potenciador” ou “inibidor” que o professor pode ter no aluno. E salientou o seu papel essencial, “hoje mais do que ontem”, e a necessidade de se “ver para o interior” e de perceber que, muitas vezes, o aluno “malcriado”, “insolente”, que não consegue aprender, não comeu no dia anterior ou está a passar por dificuldades no contexto familiar. Revelou, aliás, o caso particular de um aluno, “antissocial”, que “se metia debaixo das mesas” e que “dizia que a vida [dele] era um terror”, porque, com apenas 6 anos, acabara de se mudar do Porto para a Guarda com a mãe solteira, que, “quando engravidou, viveu debaixo de uma ponte, porque a família pô-la na rua”, e que, depois de ter atingido o limite de tempo no centro de acolhimento onde o bebé nasceu, se juntou a um homem com o qual a relação também “deu para o torto”, tendo acabado por se mudar para a cidade mais barata que “encontrou no mapa”. E, com amor e compreensão, e não um plano para um aluno NEE (Necessidades Educativas Especiais), a criança conseguiu integrar-se, revelando-se um aluno de uma “inteligência fora do comum”, com “conhecimentos que outros não têm”. “E eu que podia destruir o aluno, mas caiu em boas mãos. E hoje, é um menino muito bem integrado na turma, mas que não sabe sorrir. É um aluno que não gosta de música, é um aluno que não gosta de alegria, porque tem o seu coração demasiado ferido”, contou Nélia Carrilho.
Nesse sentido, a Academia também pretende auxiliar professores a mudarem para o novo paradigma educativo em que se procura o bem-estar emocional antes de qualquer aprendizagem formal, sob o pressuposto de que, se o aluno estiver feliz, o professor tem “metade da matéria dada”.