Nas próximas semanas irão começar a ser dragados 350 metros cúbicos de areia na lagoa de Óbidos com o objectivo de garantir a permanência da aberta na zona central do cordão dunar.
A adjudicação da empreitada, orçada em 1,8 milhões de euros (dos quais 70% são comparticipados por fundos comunitários) foi assinada pelo ministra do Ambiente, Assunção Cristas, no passado dia 8 de Novembro, no Inatel da Foz do Arelho.
“Importa utilizar a época do Inverno, que é a adequada para fazer a intervenção, e garantir que temos a aberta estabilizada na zona centro”, disse a ministra do Ambiente, Assunção Cristas.
A empreitada foi adjudicada à empresa Irmãos Cavaco, que ganhou o concurso público que decorreu no início deste ano, ainda na vigência do anterior governo. As obras terão um prazo de execução de quatro meses e compreendem uma intervenção numa área de dois quilómetros.
Três dragas, quatro dumpers, três escavadoras e um bulldozer irão remover as areias e depositá-las sobretudo na margem sul da Lagoa, para onde a aberta se deslocou nos últimos tempos, estando já a colocar em risco algumas habitações. Na margem norte também serão colocadas algumas areias, sobretudo para proteger o emissário submarino.
A governante, que fez questão de marcar presença na Foz do Arelho para dar conta do seu interesse na resolução de um problema que conhece de perto, defendeu que a Lagoa precisa de uma monitorização constante e de soluções que não sejam muito agressivas. Quais as melhores alternativas é o que estão agora os técnicos a estudar, mas Assunção Cristas não descarta que é importante ter em conta os custos que lhe estão associados.
A ministra reconheceu que, embora a obra seja financiada em 70% do seu valor, “encontrar o restante foi uma grande dificuldade”, pois o governo atravessa tempos de “grande rigor orçamental e escassez financeira”.
Presente na reunião, que juntou à mesma mesa o INAG (instituto que tutela a intervenção), autarcas das Câmaras e Juntas de Freguesia das Caldas e Óbidos e outras entidades ligadas à Lagoa, Fernando Costa disse estar a viver um “dia de esperança” para a Lagoa pela concretização de “obras e medidas adequadas”.
Também o presidente da Câmara de Óbidos, Telmo Faria, mostrou o seu contentamento com a solução encontrada, que considera ser muito melhor do que as anteriores porque é menos lesiva para aquele ecossistema. O edil destacou que esta intervenção vem mesmo a tempo de impedir que o mar se aproxime das casas do Bom Sucesso.
Telmo Faria lembrou ainda que faltam as dragagens na zona superior, nomeadamente nos braços da Lagoa, mas diz ter “muita confiança” neste novo ciclo governamental.