Oa bairros marcam a paisagem nas Caldas da Rainha, uns no centro histórico, outros na periferia da cidade. A Gazeta, neste Dia da Cidade, recorda o início de alguns dos principais núcleos urbanos
O Bairro João de Deus (hoje denominado Largo) foi um dos primeiros núcleo urbanos da localidade das Caldas da Rainha.
Na obra “21 anos de História”, João Bonifácio Serra refere que o primeiro espaço urbanizado da então povoação das Caldas ficava no triângulo entre a Rua Nova (atual Rafael Bordalo Pinheiro) e a Rua Volta dos Sinos (hoje Rua Rodrigo Berquó) e que incluía um pequeno Terreiro (atual Largo João de Deus) com a sua capela de invocação do Espírito Santo).
Esta zona “circunscreve o primeiro espaço urbanizado do povoado onde em 1482, a Rainha D. Leonor mandou edificar um grande Hospital. Este último até antecedeu o de Todos os Santos em Lisboa.
São famosas as marchas populares que ali se realizavam e que uniam os moradores daquela zona antiga e fundacional da localidade. Reza a história que foi naquele local que viveram se instalaram primeiros moradores da terra, então criada pela Rainha D. Leonor.
Seguiu-se a zona da Praça, então denominada Rossio e que o historiador identifica como segundo núcleo habitacional do povoado e cuja vitalidade “é atestada pela construção de uma pequena capela de (S. Sebastião) num dos seus topos, já na primeira década do século XVI”.
A chegada do comboio às Caldas da Rainha em 1887 divide a cidade. As classes mais pobres e com poucos meios para alugar casas na zona histórica e central acabam por criar o Bairro Além da Ponte.
Segundo a historiadora Joana Tornada, no livro “Rostos da União”, neste bairro “vivia gente menos bem remunerada e os espaços cresciam com a vontade e iniciativas privadas, longe dos planos e decisões políticas”.
Este bairro de cariz popular foi-se desenvolvendo no lado Oeste das Caldas e acolhia muitos funcionários das fábricas de cerâmica e também alguns oleiros que possuíam habitação e até espaço de trabalho nesta zona. Este bairro hoje em dia é mais conhecido apenas como Bairro da Ponte. Neste último, assim como no Bairro dos Arneiros, o associativismo teve e tem um papel central. Os Pimpões, na Ponte, foi fundado em 1938 e “desde cedo se empenhou na promoção cultural da freguesia organizando bailes, festas e apresentando peças teatrais”, refere Joana Tornada no livro “Rostos da União”. A associação mantém muita atividade, sobretudo desportiva e continua a ser famosa a dedicação ao Carnaval que une quem mora naquela zona.
O Bairro dos Arneiros também surgiu da construção social para famílias mais desfavorecidas.
O associativismo também é importante naquele território pois o Arneirense está ligado ao desporto, ao teatro, à promoção do folclore .
O Bairro dos Arneiros possui o Bairro do Elias e o Bairro José Natário, que é um bairro social mais conhecido por do IGAPHE. Neste território situam-se instituições relevantes, como o Cencal, a Escola Secundária Raul Proença e o Colégio Rainha D. Leonor.
Já o Bairro das Morenas também deve o seu surgimento à construção para famílias pobres e até de construções clandestinas. O crescimento foi gradual e passou mesmo a contar com a Escola Básica Integrada de Santo Onofre.
Já o Bairro Azul fica no centro da cidade das Caldas e é no seu território que fica a Ceres, que hoje alberga vários ateliês de artistas e de empresas. Tal como em vários outros, tenta-se reavivar práticas comunitárias, como é feito, por exemplo, através do Hortas à Porta em que os moradores são motivados a plantar. A ideia funciona naquele Bairro, no Avenal e na Avenida 1º de Maio. ■