Bandas das Caldas e de Ourém levaram música ao Pavilhão D. Leonor

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Uma centena de músicos de duas bandas filarmónicas atuaram no Pavilhão da cidade numa iniciativa de intercâmbio bem sucedida que será para repetir

Aconteceu nas Caldas, no passado sábado, um concerto diferente. Ao todo atuaram mais de 100 músicos em palco, dirigidos por dois maestros, representando bandas filarmónicas de Ourém e das Caldas. Para acolher tal número, a iniciativa teve que decorrer no Pavilhão Rainha D. Leonor que viu o seu espaço habitualmente pronto para receber modalidades desportivas a acolher músicos, que durante a tarde, encheram de melodias aquele espaço.
“Está a ser uma grande aventura!”, disse o maestro Adelino Mota, que dirige a Banda Comércio e Indústria (BCI) há vários anos. Reconhecendo que um pavilhão desportivo não é uma sala de espetáculos explicou que o Pavilhão tem ainda a facilidade logística de ficar próximo da sede da BCI onde os músicos fizeram por exemplo as refeições.
“O intercâmbio entre as bandas traz uma dinâmica própria ao evento e portanto desculpa-se um pouco a acústica do espaço”, disse o maestro, acrescentando que o reportório apresentado foi eclético e incluiu clássicos e temas ligeiros, mais descontraídos, bons para os músicos e para os ouvintes. Tanto se escutaram temas de Schubert e do Holst como canções de Fausto e de música popular portuguesa que Zeca Afonso gravou. Segundo o maestro já estão em preparação os concertos de Natal e também de Ano Novo. Este último, previsto para o CCC contará com a participação do pianista espanhol Abe Rabad.
O maestro João Paulo Fernandes foi maestro da BCI até 2008 e agora lidera a Banda Filarmónica Oriense. À Gazeta contou que foi à mesa com Adelino Mota que os dois maestros decidiram realizar esta iniciativa, tendo ido cada um ensaiar a outra banda e cada um foi responsável quatro temas. “Vivo atualmente em Tomar mas venho cá regularmente ver a família”, disse o responsável que sublinhou a importância da realização do intercâmbio “que colocam em convívio músicos de todas as idades”. Desta iniciativa já fez parte a ida da BCI a Ourém, tendo decorrido uma primeira atuação, a 14 de setembro, no Salão Paroquial do Caneiro.

Segundo Luís Santos, o presidente da direção da BCI, a banda caldense mantém uma ótima relação com o anterior maestro e “agora surgiu esta oportunidade de tocarmos em conjunto”. Apesar da logística não ser fácil “tudo está a correr bem”, tendo existido espaço em Ourém e nas Caldas espaço para o trabalho musical e também para alum lazer e visita às localidades. “É sempre bom apostar neste tipo de convívios onde se unem pessoa que amam a música”, rematou o responsável.
Catarina Américo, 13 anos, toca flauta transversal na BCI e gostou desta experiência. “A acústica foi diferente mas foi bom poder tocar com tantos músicos”, disse a jovem que ainda não sabe se quer seguir a música. Por seu lado, Miguel Oliveira, 14 anos, que toca percussão afirmou que “foi interessante fazer parte desta experiência única”.
Da banda Oriense veio Ana Marcelino, de 28 anos que toca trompa. Apreciou esta experiência e diz que quer manter a música como um hobbie “para o resto da minha vida”. Já Fábio Moço, 39 anos, toca eufónio, e foi um bom convívio e o repertório preparado “valeu a pena”. Da banda Oriense, a participante mais nova foi Carolina Gonçalves com 12 anos e que toca flauta transversal e a mais, Alda Cipião, de 57 anos, que toca saxofone tenor. Ambas consideram a banda Oriense como “uma segunda família” e teceram elogios ao intercâmbio, que aposta no convívio e no enriquecimento artístico. ■

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