Dezenas de militantes e simpatizantes juntaram-se, numa sardinhada junto à Lagoa de Óbidos, que além do convívio marca a rentrée do partido
Para o Bloco de Esquerda a decisão sobre a localização do novo Hospital do Oeste cabe ao governo e este não deve passá-la para as autarquias. “Essa é posição que tem sido tomada ao longo de décadas para não se tomar decisão nenhuma e responsabilizar os órgãos autárquicos de não haver um novo hospital porque não se entendem sobre a sua localização”, salientou aos jornalistas, Ricardo Vicente, membro da coordenadora distrital do BE, durante a sardinhada que o seu partido organizou junto à Lagoa, a 23 de setembro.
Para o dirigente bloquista o importante é que seja garantida a articulação, ao nível dos transportes públicos, e o investimento necessário na coesão territorial. Ricardo Vicente realça que o importante é que o novo equipamento seja capaz de responder às necessidades da população e que seja garantida a continuidade de funcionamento das atuais instalações do CHO, em Torres Vedras, Caldas da Rainha e Peniche, com um serviço de proximidade. As várias organizações concelhias do BE, a norte de Lisboa e a sul de Leiria, estão a trabalhar para a apresentação de um conjunto de propostas, na Assembleia da República, para garantia de uma rede de transportes coletivos que faça a ligação entre os três hospitais do CHO. “Nesta região onde os serviços estão espartilhados em três concelhos diferentes, é necessário que haja essa cobertura, em ver de nos focarmos onde se vai construir o novo hospital”, exemplificou.
O encontro deste ano, que juntou algumas dezenas de militantes e simpatizantes, contou com a presença de um dos fundadores do partido e antigo deputado na Assembleia da República, Luís Fazenda, para quem a racionalização de meios não pode, nunca, ser confundida com a retirada desses meios para determinados setores da população. “Essa tem sido a lógica há mais de 20 anos em Portugal, desde a concentração de maternidades a uma série de outras situações, que acabaram por desproteger as pessoas que necessitam desses serviços e por não racionalizar em nada o SNS”, denunciou, realçando que “multiplicam-se os exemplos em relação à ferrovia, transportes públicos ou repartições do Estado”.
O dirigente bloquista apelou à oposição ao governo socialista que, “com as suas políticas de direita e seguidista em relação às cartilhas europeias, tem vindo a empobrecer o país”. Dando o exemplo da nova Lei da Habitação, chamou a atenção para as manifestações que irão decorrer, por todo o país, a 30 de setembro, (inclusive em Leiria e na Nazaré), pelo direito à habitação.
A sardinhada que já se realiza há vários anos no Parque de Merendas do Nadadouro, para além de marcar a rentrée política, também mostra a preocupação do BE com a sustentabilidade da Lagoa de Óbidos, nomeadamente com a necessidade de dragagens permanentes, em articulação com os agentes locais, e a problemática das práticas de uso do solo nas suas margens, provocando a erosão. ■