Dia marcado pelo ingresso de sete novos bombeiros, mas também pelas promoções, em particular, ao quadro de honra. Nova viatura apresentada
Os Bombeiros das Caldas celebraram no domingo, dia 15 de setembro, o seu 129º aniversário. Num dos momentos mais emotivos da cerimónia que assinalava o aniversário, os bombeiros Hélder Santos, Vítor Santos e Fermando Constantino foram promovidos ao quadro de honra, depois de décadas ao serviços dos Soldados da Paz. Foi ainda momento de sete novos bombeiros jurarem a bandeira. Paulo Ferreira foi promovido a Chefe e Telmo Pacheco a Subchefe, havendo ainda lugar a outras promoções e condecorações.
Durante a cerimónia, o presidente da Associação Humanitária, Luís Botelho, frisou que este ano foi adquirido um veículo florestal de combate a incêndios, um de comando e um tanque tático urbano, que no seu conjunto custaram 263 mil euros, dois de transporte de doentes avaliados em cerca de 96 mil euros e três ambulâncias de socorro, que custaram 190 mil euros e que “não tínhamos programado, sendo um enorme esforço financeiro”, que se revelou necessário face às dificuldades sentidas no hospital das Caldas. Foram também feitas as obras de requalificação da central de comunicações (80 mil euros) e os telhados da oficina e do departamento de socorros a náufragos (27 mil euros), num total de investimento a rondar os 675 mil euros (contando com um apoio autárquico de mais de 50%).
O comandante Nelson Cruz fez notar que o Estado continua “a não conseguir garantir a proteção das pessoas sem recorrer às 435 associações humanitárias de bombeiros voluntários”. Questionou como seria possível e quais os custos que representaria a não existência destas estruturas, notando que se fossem municipais representariam entre três a quatro milhões de euros anuais. O comandante salientou que a associação tem mais de 20 mil sócios, uma piscina ao serviço dos caldenses, um clube de ginástica com mais de 200 crianças e é uma entidade patronal com 59 colaboradores. O mesmo responsável agradeceu o apoio do Rotary Club das Caldas ao longo dos anos, por exemplo, com os monitores cardíacos para as ambulâncias e, agora, num processo de angariação para a aquisição de seis aricas para os incêndios estruturais. A nova viatura de transporte de doentes não urgentes, apresentada antes da cerimónia, tem como patrono o clube rotário.
Já Marco Martins, vice-presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, frisou os desafios, como “uma luta que não é de agora” que está relacionada com o financiamento, alertando que “há associações que estão com a corda na garganta, que não têm a capacidade de sustentabilidade”. Marco Martins realçou que “felizmente Caldas tem a particularidade de o concelho, com a Câmara, Juntas de Freguesia e população em toda uma estrutura una, reconhecer a importância da associação” e que faz deste “um dos poucos corpos de bombeiros do país com esta capacidade de sustentabilidade financeira”.
“Garantir uma carreira dos bombeiros que têm contratos profissionais” é uma das lutas. “Não é admissível que muitos corpos de bombeiros tenham profissionais a ganhar o ordenado mínimo nacional, quando as responsabilidades e riscos são muito relevantes”. A garantia do estatuto social do Bombeiro e do dirigente associativo são outras, sendo a entrega de uma petição na Assembleia da República, o tocar das sirenes nos dias 20, 21 e 22 (para sinalizar que os Bombeiros precisam de ajudam) e uma marcha pela EN2 as formas de luta.
Por sua vez, Vítor Marques, presidente da Câmara das Caldas, alertou os governantes que “a reestruturação da proteção civil nacional que muitas vezes deixa os Bombeiros de fora”. O autarca revelou que o Cartão do Bombeiro será criado brevemente. ■