As oito peças do Caldas Centro de Estórias foram inauguradas há sete meses, mas pouco foi o tempo em que funcionaram correctamente. Os actos de vandalismo dos quais foram alvo fizeram com que fossem desligadas temporariamente e aguardam agora reparação para voltarem a contar estórias aos turistas.
Não tem sido fácil a ainda curta vida da rota Caldas Centro de Estórias, situada na zona histórica da cidade, nas imediações do Hospital Termal. Ainda antes da inauguração já algumas peças tinham sido vandalizadas e depois da inauguração, nem todas funcionaram correctamente.
“Apesar de ter corrido tudo bem na fase de testes, o tipo de sensor que se utilizou para o toque não estava a funcionar devidamente em exteriores”, explicou André Rocha, da empresa Evol, que desenvolveu o projecto.
A empresa fez uma proposta para que os sensores fossem alterados e enquanto esses trabalhos foram feitos, o vandalismo voltou a ser um problema.
“Quando reparámos a quinta peça, verificámos que as outras estavam a ser vandalizadas”, conta André Rocha. “Havia uma pequena passagem de fios que alguém meticulosamente foi arrancar, nalgumas peças com força mecânica, noutras teve que ser com algum instrumento pois havia um furo mínimo onde passavam dois fios para um sensor de pressão e foi tudo vandalizado”, acrescenta.
Em consequência destes actos, a autarquia mandou desligar as peças e desde então a Câmara e a empresa têm estado em diálogo para encontrar uma solução.
Já existe uma nova proposta da Evol para que as peças voltem a funcionar, que passa por novos sistemas para detectar a presença dos turistas que não envolvam qualquer tipo de passagem de fios no exterior, eliminando essa vulnerabilidade. Também deverá ser criado um programa de manutenção mensal, adiantou Hugo Oliveira, vereador com a pasta do turismo. A proposta deverá entretanto ser levada a sessão de câmara para apreciação. Ainda não são conhecidos os custos que vão resultar destas alterações.
André Rocha realça que o projecto não está parado e que as entrevistas que já foram realizadas vão permitir que o acervo de estórias seja aumentado. E acrescentou que depois da primeira intervenção nas peças, a Andorinha, colocada junto ao Céu de Vidro, já permitia fazer estatística da sua utilização a título experimental.
Este assunto tem suscitado o interesse dos deputados municipais, que já o abordaram nas últimas assembleias municipais, questionando o executivo da autarquia sobre o funcionamento das peças.
O Caldas Centro de Estórias é composto por oito peças: um caranguejo, uma cobra, uma lagosta, um caracol, uma vespa, um rato, uma rã e uma andorinha. Estas peças são inspiradas na tradição da cerâmica caldense, mas com uma abordagem moderna. Foram pensadas para contar estórias locais a quem interage com elas. O projecto custou cerca de 60 mil euros.