Câmara das Caldas quer Paul de Tornada com mais equipamentos de apoio

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A candidatura prevê a instalação de pontos de observação de aves, uma estufa para ervas aromáticas e a criação de espaços de visitação na reserva

 

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Dotar o Paul de Tornada com pontos de observação de aves, uma  estufa para ervas aromáticas e criar espaços de visitação, é o que pretende a Câmara das Caldas, que gere a reserva, em conjunto com Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) e o Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA).
Infra-estruturas e equipamentos que irão permitir atrair mais visitantes, sobretudo dos países nórdicos, onde há um grande interesse pela observação de aves e turismo de natureza.

O Paul de Tornada, que foi a primeira reserva natural local promulgada no país, festejou no passado dia 2 de Julho três anos. Gerido pela Câmara das Caldas, em colaboração com o ICNB e o GEOTA, o Paul prepara actualmente uma candidatura ao PRODER (Programa de Desenvolvimento Rural) para avançar com um projecto de valorização ambiental do seu espaço florestal.
Orçada em 100 mil euros, a candidatura prevê a criação de três observatórios de aves, de uma horta, de uma estufa florestal, um canteiro de aromáticas e colocação de placas informativas.
O projecto contempla também uma cortina florestal, trilhos e zonas de manutenção, assim como a limpeza da área envolvente para permitir a visita desses espaços. “Isso é decisivo porque há cada vez mais procura, do ponto de vista do turismo internacional, pela observação de aves e a visitação de espécies”, disse o vereador Tinta Ferreira, referindo-se sobretudos a turistas oriundos do norte da Europa.
Constituído por 45 hectares de terrenos baixos e planaltos, o Paul encontra-se coberto por caniços em grande parte da sua extensão. Cerca de 25 hectares estão permanentemente alagados, dando-lhe a designação de “Sitio Ramsar”, tal como definido pela convenção de Ramsar.
Com um elevado grau de biodiversidade, o Paul representa também uma das últimas zonas húmidas da zona Oeste, sendo um reduto precioso para a vida selvagem. Assume-se como um importante ponto de apoio às rotas de migração de várias espécies, algumas das quais encontram ali as condições adequadas para a sua nidificação, como é o caso da  garça-pequena, a garça-vermelha, o camão e o galeirão. No local estão as associações GEOTA e Pato, que promovem as iniciativas de dinamização, protecção e sensibilização daquele espaço situado a cinco quilómetros das Caldas.O final do verão é, segundo a Associação Pato, o melhor período para se visitar o Paul, pois é a altura em que os níveis de água atingem o seu mínimo, facilitando a observação de algumas limícolas à procura de alimento nas lamas expostas.
O Paul de Tornada tem também outros habitantes, como é o caso da lontra e do cágado-de-carapaça-estriada que, outrora comuns, têm vindo a diminuir drasticamente o seu número de efectivos e a sua área de distribuição, vítimas de perseguição e destruição de habitat.
Até agora  a reserva tem sido visitada sobretudo por crianças, que ali também têm acesso a acções de sensibilização ambiental.
Teresa Lemos, do Geota, estima que anualmente recebem naquele espaço entre três a cinco mil visitantes, na sua esmagadora maioria crianças das escolas da região, mas também alguns escuteiros e turistas que têm conhecimento da riqueza da sua fauna e flora.
A responsável acredita que se a candidatura for aprovada será dado um grande passo na afirmação do Paul, uma vez que as estruturas a construir irão permitir chegar a locais que agora não se podem visitar, sem destruir o ecossistema.
A Câmara pretende também apresentar uma candidatura ao Mais Centro para a criação de espaços, em madeira, como um café ou restaurante e loja com venda de merchandising, que permita a realização de receitas próprias para ajudar na sustentação do espaço.
Actualmente a autarquia atribui uma verba de 12 mil euros anuais ao Geota para a gestão daquele espaço, dos quais 9 mil euros se destinam a pagar a renda dos terrenos ao seu proprietário. Além disso, também atribui um subsídio anual à associação Pato para o desenvolvimento das acções de sensibilização ambiental.
Em dia de aniversário a reserva promoveu uma visita ao Paul, os pintores da Cultartis estiveram a produzir obras no local e a Escola de Hotelaria e  Turismo do Oeste – que vai criar o licor do Paul inspirado nas plantas existentes naquele local – também marcou presença.

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt

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1 COMENTÁRIO

  1. Gostaria de chamar a atenção para duas incorreções no artigo publicado na Gazeta das Caldas (ver texto assinalado) :

    – A Reserva do Paul de Tornada é gerida por uma comissão directiva constituida por 3 elementos – CMCR, ICNF e um representante de uma das associações – PATO e GEOTA. Esta representação é rotativa, estando no entanto as duas associações representadas, embora com direito a apenas um voto. Assim, creio ser mais correto referir que o a Reserva é “Gerida pela Câmara das Caldas, em colaboração com o ICNB, o GEOTA e a Associação PATO”.

    Melhores cumprimentos
    Teresa Lemos
    GEOTA