Os passadiços frente ao mar na zona fronteira da Green Hill vão ser arranjados a partir de Janeiro, de modo a minimizar os riscos de quem por ali circula. A intervenção foi aprovada na sessão de Câmara de 21 de Dezembro, devendo ser colocadas baias de segurança e autorizada a circulação das pessoas, já depois de uma decisão nesse sentido, por parte do Ministério do Ambiente.
A intervenção nas arribas, que inclui a sua requalificação e conservação, não foi terminado no prazo devido por dificuldades económicas da empresa que ganhou o concurso, a Asibel, e depois porque um particular reclamou a propriedade daqueles terrenos.
O projecto de intervenção foi elaborado pela arquitecta Nadia Schilling e desenvolvido pela autarquia caldense em conjunto com a ARH – Tejo (Administração da Região Hidrográfica). Os percursos pedestres já existentes nas arribas foram ligados entre si através de passadiços de madeira e existem miradouros com algum mobiliário onde os visitantes podem contemplar a paisagem. Com estes passadiços em madeira pretende-se criar a ligação entre os vários espaços e encontrar entre os vários miradouros condições para que as pessoas possam contemplar o mar e tirar alguma sobrecarga de estacionamento sobre as arribas.
Este projecto foi escolhido para ser publicado, em Abril de 2014, no “Atlas of World Landscape Architecture”, que tem distribuição mundial.
Os vereadores do PS manifestaram a sua objecção em relação a este processo, deplorando a forma como foi possível, “com o conhecimento e aprovação por parte da administração central, pôr em curso uma obra que não acautelou a devida propriedade pública dos terrenos onde foi instalado um equipamento público, entretanto premiado”.
Consideram que as obras exigidas pela Agência Portuguesa do Ambiente, visam proteger os cidadãos, na fruição regular do equipamento e proteger um território especialmente sensível. Por outro lado, referem que o resultado prático desta “objectiva incompetência” é a perda de fundos comunitários do POVT, que permitiriam a conclusão do projecto, orçado em 836,7 mil euros.
“Está em causa, ainda, uma possível devolução dos montantes comunitários já recebidos pela autarquia”, alertam.
Rui Correia e Jorge Sobral dizem ainda que ao verificar-se impossível, por proibição expressa do proprietário, a colocação de barreiras que cortem o acesso às extremas das arribas e replantação de zonas já intervencionadas, fica em risco a salvaguarda dos transeuntes que circulem nos passadiços. “É uma situação profundamente embaraçosa para um município que não consegue garantir a segurança dos cidadãos”, dizem, acrescentando que a revogação desta adjudicação poderá ter consequências indemnizatórias ainda por determinar que poderão ir até cerca de 18 mil euros.