Caminheiros das Caldas e Óbidos promovem actividades que aliam o bem-estar ao convívio

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Açores, Ílhavo, Alvorninha e Mora, foram alguns dos locais visitados este ano pelos Caminheiros das Caldas da Rainha e Óbidos | DR
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Duas caminhadas, uma diurna e outra nocturna, marcaram o sexto aniversário do Grupo de Caminheiros das Caldas e Óbidos, a 6 de Agosto. A data foi também assinalada com um almoço nas tasquinhas da Expoeste, evento onde a iniciativa nasceu.
O grupo, composto por elementos com idades compreendidas entre os 40 e os 65 anos, tem uma actividade regular, com uma ou mais caminhadas por mês e, além de percorrerem os concelhos da região, já fizeram percursos pedestres em La Codosera (Espanha) e mais recentemente nos Açores. Estão também a fazer o Caminho de Santiago, tendo já percorrido as primeiras etapas, entre Lisboa e Santarém.

 

Nasceram na Expotur e, volvidos seis anos, no dia 6 de Agosto, os caminheiros das Caldas e Óbidos juntaram-se numa das tasquinhas presentes na Festa de Verão para mais um almoço de aniversário. Antes, o grupo fez uma caminhada de 12 quilómetros, partindo da Expoeste e passando pelo Campo e Zona Industrial, utilizando trilhos fora do alcatrão.
Este passeio pedestre ficou também marcado pela participação de seis novos caminheiros, que vieram do Painho e que se juntaram aos perto de meia centena de participantes oriundos de Nadadouro, Salir de Matos, Gaeiras, Bombarral, Caldas da Rainha e Óbidos. Entre a meia dúzia dos novos participantes estavam Avelino e Antónia Castanheira que, sabendo do passeio pela rádio, logo se foram inscrever. No final não podiam estar mais satisfeitos: “correu muito bem e os trilhos foram muito interessantes”, disse à Gazeta das Caldas o casal que pretende repetir a experiência.
Residentes na Amadora (e com segunda habitação no Painho), Avelino e Antónia Castanheira costumam fazer caminhadas até ao centro de Lisboa e também até Fátima. Caminham pelo bem-estar que a actividade possibilita, mas também pelo convívio que se gera e desta vez não foi diferente. “Agora vamos ver as datas das próximas iniciativas e, se pudermos, queremos voltar a participar”, contaram.
Já José Jaime, de Salir de Matos, participa nas caminhadas há mais de um ano. Ex-emigrante em França, costumava fazer passeios ao longo do Rio Sena e, quando regressou a Portugal, procurou um grupo que promovesse este tipo de iniciativas na região e encontrou o grupo de caminheiros. “Estou muito contente por participar, tanto pelo convívio, como pelas pessoas que conheço”, salientou.

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Libertar o stress

José Augusto Farinha é um dos fundadores do grupo de caminheiros. Gosta de caminhar e, para além dos benefícios físicos que esta prática permite, destaca também a componente ambiental e o convívio entre as pessoas. O também director da Associação de Cultura e Recreio do Campo, antes fazia caminhadas esporadicamente e já pertencia a um grupo que dinamizava o Caldas – Badajoz através do Museu do Ciclismo.
José Augusto Farinha faz a distinção entre caminhadas e passeios pedestres, especificando que as primeiras são mais longas, com cerca de 30 quilómetros, e um “pouco mais duras”, enquanto que nos passeios vão mais devagar, o que lhes permite apreciar a paisagem, tirar fotografias e esperar uns pelos outros, agrupando-se. “Quem se quer iniciar connosco não fica perdido nem para trás, mantemos sempre o grupo unido”, realça.
Filomena Gomes, de Famalicão da Nazaré, foi uma das participantes que integrou o grupo por convite de José Augusto Farinha. Actualmente integra todas as actividades que pode e não se coíbe nos elogios ao grupo. “É fantástico”, diz, destacando as amizades que tem criado e os locais que já conheceu, entre eles os Açores, onde foi em Junho.
“As caminhadas permitem-nos conhecer a região, e o país, de outra forma, passando por trilhos e caminhos que habitualmente não utilizaríamos”, disse, acrescentando que estes percursos têm também associada uma vertente cultural. Aquando da viagem a Mora, no Alentejo, visitaram o Fluviário, ou quando foram a Aveiro tiveram oportunidade de ir ao Museu Marítimo e ao bacalhoeiro Santo André.
E o que não pode faltar na mochila de um caminheiro? “Água, um pequeno snack, chapéu-de-sol, protector solar e guarda-chuva, se for necessário”, conta Filomena Gomes, acrescentando que também é importante usar umas boas sapatilhas, palmilhas e meias de caminhada.
Manuela Rainho participa nas caminhadas que são feitas pelo grupo de caminheiros e, para além disso, junta amigos para também participarem. Já chegou a levar 30 pessoas do Campo e Serra do Bouro e aconselha a toda a gente a fazê-lo. “É uma forma de libertar do stress de uma semana de trabalho”, referiu.
Mais de 100 caminhadas

O grupo de Caminheiros das Caldas e Óbidos já fez mais de 100 caminhadas. Começaram por promover os museus, com a partida em cada um dos espaços museológicos da cidade e depois passaram para as freguesias do concelho das Caldas, seguindo-se para as de Óbidos. Agora estão a percorrer as freguesias de Alcobaça.
Em Junho deste ano foram aos Açores, mais concretamente à Ilha de S. Miguel. “Foi a primeira vez que fomos de avião, depois de já termos feito várias viagens de autocarro pelo país”, contou Arnaldo Jesus, da organização dos caminheiros. De acordo com este responsável normalmente vão sempre dois autocarros cheios, cerca de 120 pessoas, às iniciativas que organizam fora da região.
Entre as próximas iniciativas estão agendadas uma caminhada pelas Termas da Piedade, em Setembro, e no mês seguinte no Vimeiro, de Alcobaça. Também em Outubro, irão percorrer mais uma etapa do Caminho de Santiago, entre Santarém e a Golegã. O grupo já concluiu as três primeiras, entre Lisboa e Santarém. Em Dezembro realiza-se mais uma caminhada solidária com a Refood caldense.
Em 2018 voltarão aos Açores para fazer o circuito Horta, Pico e Terceira, entre os dias 31 de Maio e 3 de Junho.
“Todos os meses fazemos, pelo menos, uma caminhada, com excepção de Janeiro, mês em que procuramos novos patrocinadores para as águas e apoio aos almoços”, explicou Arnaldo Jesus, especificando que o valor que as pessoas pagam por participar não cobre todas as despesas.
Normalmente os percursos são de 10 quilómetros, mas há locais onde, por exemplo, as juntas de freguesia (que se associam à actividade) pedem para organizarem dois percursos, um maior e outro mais pequeno, de modo a que todos possam participar.
Qualquer pessoa pode participar, basta aparecer nas iniciativas. “As pessoas não tenham receio, porque é um grupo aberto a toda a gente”, conclui Arnaldo Jesus.

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