Na quinta-feira, 10 de Novembro, realizou-se o magusto do Estabelecimento Prisional das Caldas de Rainha. Enquanto se faziam as brasas no pátio, realizava-se um jogo de futsal entre uma equipa de reclusos e outra da sociedade civil (onde se incluía o jornalista da Gazeta das Caldas). Os reclusos venceram por 7-1, num jogo em que dominaram por completo e em que imperou o fair-play.
Depois do jogo havia cartuchos de castanhas assadas na brasa e sumo de laranja para todos.
A celebração do S. Martinho tem um gosto especial para Telmo Raposo, que é natural da Golegã, onde por esta altura decorre o festival da Castanha Assada.
“Estou cá há quatro anos e em breve vou a casa [de precária], o magusto traz-me recordações e faz-me pensar que não quero voltar aqui”, contou.
Quanto ao jogo de futebol, o guarda-redes disse que
“aproxima a população caldense dos seus reclusos” e salientou que a cadeia tem feito um trabalho positivo na reinserção social e integração.
“A vossa vinda faz-nos acreditar que acreditam em nós e que a nossa reintegração é possível”, disse.
Já Carlos Reis destacou o convívio em campo e no magusto.
“É muito bom que venham cá”, disse. Em relação à vitória no futebol, referiu que esta “
sabe sempre bem, mas se perdêssemos não havia problema”.
Jorge Canas foi o árbitro da partida e no final fez notar que
“o Estabelecimento Prisional de Caldas tem muitas condições para as pessoas que queiram aproveitar, como é o meu caso que estou a tirar o 12º ano”.
António Marques, da Expoeste, foi um dos promotores e participantes da iniciativa (em colaboração com a ADN Comunicação Global) e realçou que a comunidade caldense responde sempre muito bem a estes momentos e que
“sendo a comunidade prisional tão nova, é importante mostrar-lhes que isto é um momento de passagem”.
Por sua vez, Joana Patuleia, directora do Estabelecimento Prisional de Caldas, disse que estes momentos facilitam a reinserção social e motivam os reclusos, ao mesmo tempo que lhes imputem competências como disciplina e trabalho em equipa.
“Tentamos aproximar ao máximo a vida em prisão à vida em sociedade”, concluiu.