Centro de Apoio Social do Nadadouro inaugurou lar

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O lar do Centro de Apoio Social do Nadadouro já foi inaugurado, mas ainda haverá um arraial em data a definir

“As pessoas mais velhas, algumas que já cá não estão, sonharam com este lar”, que finalmente foi inaugurado e já não tem vagas. Obras superam os 1,5 milhões

O sonho antigo de criar um lar no Centro de Apoio Social (CAS) do Nadadouro foi finalmente concretizado. São 30 camas (mais duas de recobro), distribuídas por 15 quartos (individuais, duplos e triplos), um ginásio, um consultório médico, um solário (natural) para albergar aulas de yoga e pilates, uma sala de oração, entre outros novos espaços, que foram inaugurados a 30 de novembro, com a presença da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
Os custos “já ultrapassam os 1,5 milhões de euros”, entre a “obra nova e as adaptações que tiveram de ser feitas na cozinha e lavandaria”, com a compra de “alguns equipamentos novos”, explicou a diretora do CAS do Nadadouro, Alice Gesteiro. Mas ainda são necessários “vários equipamentos de apoio ao funcionamento do lar e para outras necessidades que vão surgindo”. Urge também contratar mais funcionários para a cozinha e para o lar, tendo já sido contratados oito, perfazendo um total de 32 funcionários a laborar.
O CAS vai receber da Segurança Social, ao abrigo do Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais 3ª Geração (PARES 3.0), cerca de 310 mil euros, para ajudar com os custos da empreitada, tendo já recebido 20% desse valor. Já a Câmara das Caldas, “numa primeira fase, comparticipou com 400 mil euros para esta obra nova. E entretanto já comparticipou mais 28 mil e 50% dos custos dos equipamentos de cozinha e lavandaria, que equivale a cerca de 30 mil euros”, explicou a diretora da instituição.
A obra já está concluída, e tal deve-se igualmente ao contributo pecuniário de particulares, nomeadamente, portugueses e estrangeiros a residir na zona, e de empresas locais. A estes fundos juntam-se ainda os angariados em 2017, num jantar organizado pela comunidade portuguesa no Canadá, num total de mais de 11 mil euros. Há ainda a contabilizar os cerca de 10 voluntários da instituição que ajudam na cozinha, nas festas e até na feira de oportunidades.
Alice Gesteiro destacou ainda o trabalho dos funcionários da instituição, aos quais foi pedida a “colaboração no sentido de, nestes primeiros tempos, provavelmente terem de fazer mais horas, ou o turno da noite que não gostariam de fazer”, mostrando-se segura quanto a esta resposta e “otimista” por conta da “equipa coesa” com que trabalha.
As vagas para o lar – 30 – já foram totalmente preenchidas, estando cerca de 70 idosos em lista de espera. Alguns já começaram a entrar. O valor da mensalidade ainda não está definido, informou a dirigente.
“Já temos pré-inscrições desde há muito tempo, agora já demos a volta a todos, uns infelizmente já cá não estão. Não queremos pôr os 30 logo de uma vez. Acredito que, ao fim de um mês, o lar está cheio”, continuou. “Os primeiros a entrar são utentes que estão no Centro de Dia, que já estavam inscritos e que manifestam uma necessidade muito grande de um maior acompanhamento.”
O Estado, através da Segurança Social, comparticipa a ERPI (Estrutura Residencial para Pessoas Idosas) com 523,29 euros por mês por utente, valor que engloba todos os utentes e que cresceu 11% face ao ano anterior. Nas atualizações do acordo de comparticipação foi ainda estabelecido, “pela primeira vez”, que, “para que estes aumentos aconteçam, tem de haver aumento dos salários”, explicou a ministra, Ana Mendes Godinho.
Ainda assim, Alice Gesteiro apelou ao Estado central: “As ajudas terão de ser maiores”. Os custos com os salários dos funcionários “são sempre mais de 50% do total, mas é o que é, e as pessoas merecem”. O salário mínimo tem vindo a aumentar, tal como as comparticipações, “mas não tão proporcionalmente”, declarou.

A ERPI tem 30 camas, espalhadas por 15 quartos, e ainda um ginásio, um solário, um consultório médico, um quarto de recobro, uma sala de oração, onde vão ser celebradas missas e orações do terço, entre outros espaços

Um sonho com 20 anos
Escriturado a 26 de novembro de 2003, o CAS do Nadadouro começou com um centro de dia, mas rapidamente se “começou a pensar num lar”. “As pessoas mais velhas sonharam com esta instituição e algumas hoje já cá não estão. Perguntavam-nos: Então, e o lar? E, às vezes, dizíamos, O lar, deixa lá estar o lar!… Outras vezes, Não pode ser, as pessoas insistem, então vamos ter de agarrar nisto. E agarrámos”, explicou a caldense, cuja “tenacidade” foi elogiada e que pertence à direção da IPSS desde 2003, sendo a presidente desde 2007, tendo liderado as candidaturas aos programas PARES e POPH.
Inicialmente a verba deste programa destinava-se apenas a 100 instituições do setor social, não tendo a candidatura do CAS do Nadadouro sido aprovada, como outras 900 a nível nacional. Porém, atualmente, estão 800 projetos em curso aprovados pelo programa, num total de 800 milhões de euros, com apoio de fundos do PRR, 150 dos quais em Leiria, representando estes 100 milhões de euros.
No CAS do Nadadouro, o Centro de Dia também já está completo, com 30 utentes e pessoas em lista de espera, e a IPSS também apoia 42 utentes via Serviço de Apoio Domiciliário (SAD), estando este “praticamente completo”. ■