O primeiro projecto aprovado em Orçamento Participativo (OP) em 2013 -as Hortas Urbanas – está praticamente concluído e começará a ser utilizado a 1 de Junho. Esta foi também a primeira obra a ser visitada, na manhã de 14 de Maio, dedicada às inaugurações dos projectos já concluídos que integram os OP de 2013 e 2014.
Face à dificuldade em executar a tempo e horas as ideias apresentadas pelos munícipes, a Câmara alterou a periodicidade deste instrumento de participação cívica de anual para bienal. A par disso, criou o Orçamento Participativo Jovem, que recebe propostas até um valor de 50 mil euros.
Carlos Fernandes, proponente das Hortas Urbanas no primeiro Orçamento Participativo das Caldas, estava feliz. “É como ver um filho nascer”, dizia ao entrar no recinto na manhã de 14 de Maio, para a primeira visita ao espaço situado junto ao Colégio Rainha D. Leonor. O projecto é composto por 79 talhões, dos quais 72 são para uso individual e os restantes são comunitários, destinados aos agrupamentos de escolas e IPSS. Existe ainda uma pequena casa de arrumos e espaço de lazer e todo o sistema de rega é efectuado com recurso a energia solar, tornando-o auto sustentável. A ideia inicial de 30 mil euros, acabou por custar 37 mil euros.
O espaço começará a ser cultivado a 1 de Janeiro, mas o casal Carlos e Judite Caetano (um dos 11 inscritos) já estava preparado para o fazer na manhã de sábado. “Se pudéssemos começávamos já hoje”, diziam, sobre a vontade de ter ali um pequeno espaço com alfaces, tomate, courgetes e cebolas.
O casal caldense de reformados quer ocupar parte dos seus tempos livres naquele espaço e nele produzir alguns dos alimentos que consome.
Até à eleição de uma comissão de gestão do espaço será a Câmara a fazê-lo. Entretanto, esperam que mais pessoas se queiram inscrever, para que os talhões possam ser ocupados e a horta funcione em pleno.
O segundo projecto a ser visitado foi o Parq’Ativo, situado na rua Vitorino Fróis, junto ao Pavilhão Rainha D. Leonor. Proposto por Miguel Miguel, no OP de 2014, trata-se de um parque constituído por equipamentos para exercício físico, gratuito e ao ar livre. O projecto, orçado em 25 mil euros, foi lançado nas Caldas quando não havia mais nada semelhante, recordou o proponente, acrescentando que entretanto foram nascendo outros espaços idênticos no Parque D. Carlos I e junto ao complexo desportivo. A localização também agrada a Miguel Miguel, por estar junto a uma zona desportiva e perto da Universidade Sénior.
Já na Estrada da Foz foi visitada uma das três rotundas que compõem o projecto Rotunda Segura, proposto por Isabel Vasconcelos. Este projecto, no valor de 15 mil euros, prevê o reforço da iluminação e sinalização nestes locais, possibilitando uma maior segurança e prevenção rodoviária nesta estrada.
O Parque da Encosta, que prevê a criação de uma zona verde, outra desportiva e uma área infantil especialmente vocacionada para pessoas com mobilidade reduzida, deverá estar concluído na próxima semana e também foi visitado pela comitiva. A ideia, apresentada por Florbela Valentim no Orçamento Participativo de 2014, tem um custo de 45 mil euros.
Projectos nas freguesias de Vidais e Tornada
A visita continuou fora da cidade, na freguesia dos Vidais, mais concretamente na Matoeira, onde foi requalificada a Fonte das Lágrimas. A proposta de Rodrigo Amaro, com um custo de 25 mil euros, previa a criação de um parque de merendas e de um espaço de lazer e de convívio.
Este espaço, para além de ser visitado, também foi utilizado pela própria comitiva, que ali saboreou um almoço de porco no espeto.
Em Tornada foi visitado o Pomar Urbano, que se traduz na construção de um pomar nas margens do rio que passa junto à urbanização Vila do Lago. A ideia de Carla Gonçalves inclui também um campo de jogos, num valor total de 30 mil euros. Também nesta freguesia encontra-se outro projecto concretizado pelo OP de 2014. Trata-se do lavadouro da Ponte da Pedra, que consiste na construção de um fontanário e de um parque de merendas no local onde já existiu o lavadouro.
A ideia, apresentada por Luís Regula Guimarães, envolveu um custo de 18,5 mil euros.
O presidente da Câmara, Tinta Ferreira, disse que decidiram assinalar a conclusão destas obras no 15 de Maio com o objectivo de as valorizar. O autarca informou que, além da cidade, já há projectos também concluídos em algumas freguesias, comparando este orçamento a um “vírus positivo que se vai alastrando e que vai chegando a todo o concelho”.
Tinta Ferreira explicou ainda que a autarquia decidiu dilatar no tempo a participação cívica, passando de anual e bienal, porque não conseguiam dar resposta, do ponto de vista técnico e organizativo, em tempo útil às várias propostas apresentadas pelos cidadãos.