Vieira da Silva elogiou a “coragem” da autarquia ao ficar com a gestão do património termal

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Centenas de pessoas e representantes das entidades e grupos locais marcaram presença na tradicional cerimónia de homenagem à rainha D. Leonor, que este 15 de Maio contou com a presença do ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva. O governante presidiu à consignação da obra de substituição das canalizações do Hospital Termal, onde saudou a “coragem e visão” da autarquia ao ficar com a gestão do património termal. Também destacou a articulação entre o poder central e o local como “um caminho de sucesso” que deve ser prosseguido por outras autarquias.
O presidente da Câmara, Tinta Ferreira, reiterou a intenção de reabrir o Hospital Termal em 2017.

“Hoje [15 de Maio] estamos a reiniciar o processo que permitirá ao Hospital Termal voltar a abrir”. Palavras do presidente da Câmara das Caldas, momentos depois de assinar a consignação da obra de substituição das canalizações do Hospital Termal no valor de 511 mil euros acrescido de IVA. Esta obra, que terá início em Junho e deverá estar terminada em Outubro, é realizada pelo consórcio Ambiágua e prevê a substituição dos canos actuais por outros em aço inox. Este material permite a sua desinfecção com jactos de água a 80º centigrados e assim eliminar as bactérias que foram a causa de vários encerramentos daquele hospital.

Tinta Ferreira considera que esta é uma obra muito importante para a reabertura do Hospital Termal, que deverá acontecer em 2017, maioritariamente com tratamentos no Balneário Novo e outros com água em banheiras de charme no Hospital Termal. Aquele edifício irá continuar a acolher os tratamentos de reabilitação e acompanhamento físico.
Esta reabertura deverá ser feita numa parceria com o Montepio Rainha D. Leonor, cujas conversações estão a decorrer.
Num palco improvisado no meio do largo e perante centenas de pessoas e a “própria” rainha D. Leonor (numa encenação no local), o autarca destacou a importância da obra e o valor do investimento que está a ser feito naquele património. Após a abertura do Balneário Novo e parte do Hospital Termal, a Câmara quer requalificar todo o edifício, um custo estimado em três a quatro milhões de euros e para o qual pretende aceder a apoios comunitários.
No entanto, se não conseguir comparticipação de Bruxelas, a autarquia vai avançar com recurso ao endividamento bancário. “É uma aposta fulcral para as Caldas e se tivermos que nos endividar para poder abrir o hospital e poder fazer com que ele funcione com qualidade, cá estaremos para assumir as responsabilidades”, disse Tinta Ferreira, que acredita ter o apoio dos caldenses neste desígnio.
De recordar que a autarquia assinou com a administração central, em finais do ano passado, o auto de cedência do Parque D. Carlos I e Mata Rainha D. Leonor por um período de 50 anos, e do Hospital Termal por 70 anos, com vista à reabilitação do termalismo nas Caldas.
O ministro Vieira da Silva saudou o acto de “coragem e visão” do presidente da Câmara, que tem a gestão do hospital e património termal desde Dezembro do ano passado. Considera que a consignação do Estado para a autarquia criou as condições necessárias para que o património continue a ser de todos e ter uma nova vida. “Este acto de trabalho conjunto da administração central e da Câmara das Caldas é de enorme importância para todo este património”, salientou o governante que entende que esta forma de trabalhar não pode ser uma excepção, mas que tem que ser cada vez mais uma regra.
“Cada vez mais temos que colocar em sintonia os recursos que são de todos, quer sejam geridos pela administração ou pelas autarquias”, disse, defendendo que a proximidade é a ferramenta mais importante para responder a “muitos problemas e dificuldades que temos em valorizar o que é nosso”.

Rede europeia termal reúne nas Caldas em 2017

O conselho executivo e a assembleia geral da European Historic Thermal Towns Association (EHTTA), que reúne 25 cidades termais de toda a Europa, irão reunir em Maio de 2017 nas Caldas da Rainha. A proposta caldense foi aprovada na última assembleia geral, que decorreu em Abril em Karvoly Vary, na República Checa, e que contou com a presença do vereador Hugo Oliveira.
De recordar que as Caldas foi a primeira cidade termal portuguesa a fazer parte da EHTTA, tendo aderido à rede em Março de 2015. Entretanto, em Outubro, foi aprovada a sua entrada na direcção da rede (composta por 16 estâncias termais) na assembleia geral que decorreu em Bursa, na Turquia.
Esta participação traz notoriedade às Caldas, uma vez que a rede contempla as melhores termas de toda a Europa, permite-lhe a participação nos “cafés da Europa”, que são fóruns de discussão sobre a temática e que juntam especialistas e elementos das cidades termais, assim como maior facilidade no acesso a fundos comunitários e promoção do termalismo.