A Auto Júlio, Sotrapex, José Coutinho, Thomaz dos Santos e Plural II são as cinco empresas com maior facturação das Caldas da Rainha e figuram, respectivamente, em 8º, 9º 10º, 11º e 13º no top 20 das maiores sociedades do distrito de Leiria mais concelho de Ourém. Os dados foram divulgados pelo Região de Leiria, de acordo com um trabalho estatístico realizado pela empresa IF4 – Processamento de Informações, Lda.
Contudo, o concelho caldense apresenta uma fraca representatividade (apenas sete empresas) na lista das 100 maiores do distrito. Para além das já citadas, apenas a Schaeffler (em 35º lugar) e a Promol (65º) constam deste ranking. Para trás ficaram inúmeras empresas que nos anos 80 e 90 marcavam pontos na economia do distrito.
A maioria facturou bastante menos em 2009 do que em 2008, o que é um reflexo da recessão, mas nenhuma das empresas das Caldas teve prejuízos.
Só há sete empresas das Caldas nas cem maiores, mas cinco estão logo nos 13 primeiros lugares, o que significa que o concelho acolhe algumas das empresas com maior volume de negócios do distrito de Leiria mais concelho de Ourém. A Auto Júlio é, neste momento, a sociedade caldense que mais factura (49,5 milhões de euros em 2009 e valor idêntico em 2008), seguido da Sotrapex, uma empresa transportadora dos Vidais, que facturou 48,4 milhões de euros no ano passado.
A Thomaz dos Santos é a terceira maior das Caldas e 11º do distrito e registou uma abrupta queda nas suas vendas: 70 milhões em 2008 e 44,5 milhões em 2009, a que não deve ser alheia a crise na construção civil que caiu abruptamente. A Plural II – Distribuidora Farmacêutica teve uma facturação de 43,6 milhões e foi das poucas que aumentou as suas vendas (tinha registado um volume de negócios de 38,8 no ano anterior). A Schaeffler (antigo Rol) e a Promol facturaram, respectivamente, 24,9 milhões e 14 milhões, tendo também estas acusado uma descida nas suas vendas face a 2008. Recorde-se que foi em 2009 que a Schaeffler esteve em lay off durante alguns meses.
Em todo o distrito é o grupo Lena que dá cartas (também proprietário do jornal Região de Leiria), com uma facturação de 323 milhões de euros (338 milhões em 2008), seguido da Cimentos Maceira e Pataias (CMP), que também acusou uma redução das vendas de 143 para 101 milhões de euros. Segue-se a Petroibérica (100 milhões) e o Hospital de Sto. André (79 milhões) que, pertencendo ao Estado, tem uma gestão privada, pelo que figura neste ranking.
LUCROS APESAR DE TUDO
No que diz respeito aos resultados líquidos, são os cimentos que continuam em alta, conseguindo manter elevadas margens, talvez devido à situação de oligopólio vivida no país neste sector. A CMP teve 14,3 milhões de euros de lucros, um valor muito superior ao patamar seguinte – nas ordem dos 3 a 4 milhões de euros – registados pela Gallovidro, Hospital de Sto. André, Oliveiras e Movicortes.
Nas Caldas da Rainha, a Promol é campeã nos lucros (3,2 milhões de euros), seguido da Thomaz dos Santos (1,1 milhões). As restantes ficaram-se entre os 200 e os 300 mil euros. A antiga Rol, que chegou a estar semanas paradas por falta de trabalho, conseguiu, mesmo assim, não ter prejuízo, ficando na linha água (4000 euros positivos).
EMPRESAS CALDENSES COM BOA SITUAÇÃO FINANCEIRA
Uma maneira de se saber a capacidade que uma empresa tem de fazer face aos encargos assumidos, ou seja, se tem uma situação financeira que não a torna demasiado dependente do crédito, é a relação entre os seus capitais próprios e o seu passivo. Chama-se a isto solvabilidade. E neste aspecto as empresas das Caldas da Rainha parecem sólidas e dão cartas pois há quatro no top 25 das empresas dos 16 municípios do distrito de Leiria mais Ourém.
Para começar há duas que lideram as cem empresas: a Thomaz dos Santos com um valor record de 22,80 (capital próprio/passivo), seguida da Schaeffler (3,78). Vêm depois alguns gigantes como a CMP (3,21), Hospital de Sto. André (2,66) e Secil Martingança (1,92), para aparecer em 14º lugar a Promol (1,08) e em 18º a Plural II (0,93).
Um outro indicador da boa saúde das empresas é a autonomia financeira, que indica o peso dos capitais próprios no financiamento da empresa. E aqui aparece uma estrutura exactamente igual ao da solvabilidade, com as mesmas quatro empresas caldenses nos mesmos lugares de destaque.
Já no top das 25 sociedades com maior rentabilidade do capital próprio (que mede a taxa de retorno dos capitais investidos para os accionistas ou sócios), encontra-se apenas uma empresas das Caldas, mas com um honroso 1º lugar. A Promol é, entre as cem maiores, a mais generosa a remunerar cada euro investido pelos seus investidores. Tem um rácio de 54,15 o que significa que por cada euro lá colocado, os seus proprietários podem receber 54 cêntimos. É seguida pela Valco – Madeiras e Derivados (Leiria), Respol – Resinas (Leiria) e Intertelha – Indústria de Coberturas (Fátima), respectivamente com rácios de 50,33, 37,58 e 32,33.
GRUPO LENA É O MAIOR EMPREGADOR
Os bons resultados financeiros não encontram paralelo por parte das sete empresas caldenses deste ranking no que diz respeito à criação e manutenção de emprego. Apenas duas – Schaeffler e Promol – estão no top 25 das maiores empregadoras.
À cabeça está a Lena Engenharia e Construções, com quase 2000 postos de trabalho. O Hospital de Sto. André é também aqui atípico uma vez que gere funcionários públicos na sua maioria (embora muitos com contratos individuais de trabalho). O terceiro maior empregador é a Roca com 585 pessoas.
Como se pode verificar, a maioria das empresas com mais pessoal é do sector da construção civil.
Mesmo assim verifica-se que não foram incluídos neste ranking algumas empresas da região, uma das quais de trabalho temporário das Caldas da Rainha, que noutro estudos se apresentava com a maior empregadora da região.