Com inspiração na Madeira, o menu “Raízes” juntou o doce da banana e o picante da malagueta

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Gazeta das Caldas

EquipaO terceiro menu do projecto “Raízes” – desenvolvido pela Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste (EHTO) – fez o casamento entre dois ingredientes que, habitualmente, não se vêem conjugados no prato: a banana da Madeira e a malagueta. O doce e o picante estiveram unidos numa refeição que agradou mesmo os paladares mais sensíveis aos sabores spicy. E desengane-se quem acha que a malagueta faz mal à saúde. Pelo contrário, é anticancerígena e melhor que a pimenta.

Pequena em tamanho, mas rica em sabor e nutrientes, como o potássio e o magnésio. É este o segredo da banana da Madeira, um produto nacional que, em conjunto com os restantes tipos de banana, constituem um dos frutos mais comidos em todo o mundo. Descascada à mão, pode ser saboreada crua ou então confeccionada de várias formas – cozida, frita e assada. Os sete finalistas do curso “Técnicas de Cozinha/Pastelaria” responsáveis pelo menu inspiraram-se em sabores nacionais e recriaram duas combinações típicas madeirenses: para entrada, a carne vinha d’alhos com banana frita e, como prato principal, peixe-espada preto com banana.
Rainha da ementa e presente em todos os pratos esteve a malagueta, um ingrediente muito utilizado nos países lusófonos. O piripiri (da família da malagueta) pode mesmo ser plantado num pequeno vaso em casa e “aguenta todo o ano”, garantiu o chefe Luís Tarenta, explicando também que “ao contrário da pimenta, a malagueta é benéfica para a saúde porque é anticancerígena”. Outra curiosidade é que quanto mais pequeno for este ingrediente mais picante é.
Para atenuar o sabor spicy da malagueta, os alunos da EHTO retiraram a semente – onde a capsaicina, substância responsável pela sensação de ardor, se concentra em maior quantidade – e usaram apenas a polpa. Por isto, os pratos apresentados não estavam excessivamente picantes, um equilíbrio que só foi

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conseguido após diversas tentativas. “Ontem ardeu-nos muito a boca até afinarmos o sabor do picante”, contou Leandro Sousa, um dos alunos que esteve na cozinha. Um dos desafios foi a preparação do gelado de malagueta, que se fez acompanhar por um crepe de chocolate recheado de avelã, banana caramelizada e massa tulipa.
A escolha das bebidas e a gestão do serviço de sala foram tarefas de quatro alunos do curso “Técnicas de Serviço de Restauração e Bebidas”, vestidos a rigor com um laço laranja que já anunciava a celebração do Halloween. À entrada do restaurante, João Jacinto preparou o aperitivo “Gin chilli”, um cocktail elaborado com Gin, sumo natural de toranja e xarope de malagueta e canela. Na borda do copo, a linha de açúcar (triturado com malagueta) equilibrava o sabor picante da bebida. “Estas bebidas são criações minhas, que preparo em casa”, disse o aluno, que salientou a importância de fazer experiências fora da sala de aula. O Gin esteve ainda presente no primeiro prato do almoço, numa gelatina que também continha limão e malagueta.