O dia de amanhã, 5 de Janeiro, vai ser de luta pela manutenção do Hospital Termal. Logo pela manhã, a Comissão de Utentes “Juntos pelo Nosso Hospital” quer erguer no Largo da Copa (em frente ao Hospital Termal) uma “estrutura que pretende chamar a atenção para a necessidade de haver soluções de futuro para o Hospital Termal e o seu património”. Uma iniciativa que à hora do fecho desta edição estava ainda dependente da autorização da Câmara das Caldas da Rainha, que ainda iria debater o assunto na reunião de executivo desta semana.
Caso a instalação da estrutura seja autorizada, em frente ao Hospital Termal vai ficar essa estrutura concebida pelo arquitecto Jaime Neto (membro da comissão de utentes) que “dê suporte à indignação cívica perante os sucessivos encerramentos e à falta de soluções de futuro para o Hospital Termal e todo o seu património”. A jornada de luta foi pensada antes da reabertura do Hospital Termal, anunciada para o passado dia 2. E mesmo depois do anúncio a comissão decidiu levar a iniciativa por diante.
A estrutura será encimada pela frase “Queremos Soluções” e baseia-se no logotipo da comissão de utentes, um trabalho de Jaime Neto onde o “H” de Hospital sugere a silhueta de duas pessoas de mãos dadas e remete para a necessidade de pôr os pontos nos “i”’s. Uma imagem que “permite ainda a visualização de dois pontos de exclamação (assertivos, apesar de contra a corrente)”.
A comissão explica ainda que “a estrutura, em tubos de andaime, deverá conter ainda fios em aço com molas da roupa para as pessoas deixarem penduradas experiências pessoais, mensagens, desejos e opiniões sobre o encerramento do Hospital Termal”.
Já para a noite, pelas 21h00, está marcada uma vigília pelo futuro do Hospital Termal e do Termalismo. A comissão pede que os participantes sejam portadores de, pelo menos, uma vela. “Sendo as Janeiras uma tradição de cariz e iniciativa popular, é bem provável que à noite possamos também assistir a intervenções de grupos cantando as Janeiras e pedindo, nomeadamente, um Bom Ano de 2013 para o Hospital Termal e o Termalismo”, refere ainda o grupo de defesa dos hospitais caldenses.
Numa altura em que o recentemente nomeado Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) estuda as alterações que serão levadas a cabo nos hospitais da região, no âmbito da reforma hospitalar em curso, a Comissão de Utentes “Juntos pelo Nosso Hospital” não afrouxa a luta iniciada no passado mês de Março, altura em que o grupo foi constituído. No passado dia 21 de Dezembro, a comissão foi recebida pelo Conselho de Administração do CHO numa “reunião demorada” que pôs em cima da mesa a reorganização hospitalar e a inactividade do Hospital Termal.
Numa síntese deste encontro publicada na página da comissão no facebook, António Curado explica que, de acordo com o que lhes foi transmitido pelos responsáveis pelo Centro Hospitalar, está a ser criado um Grupo de Trabalho que vai acompanhar a reorganização dos serviços hospitalares. No grupo, para o qual a comissão foi convidada, deverão ainda participar outras comissões de utentes da região, autarcas e forças vivas.
Na reunião, a comissão de utentes deixou a garantia de não aceitar “que uma unidade hospitalar com urgência médico-cirúrgica perdesse valências básicas, como, a título de exemplo o Serviço de Cirurgia ou outros considerados indispensáveis ao funcionamento dessa Urgência”. A Comissão de Utentes “Juntos pelo Nossos Hospital” defendeu ainda que sejam encontradas soluções que considerem toda a região Oeste e que “o objectivo da reorganização deveria de ser posto na perspectiva de Ganhos em Saúde e nunca na criação de quaisquer divisões artificiais entre sub-regiões ou cidades”.
Já no que ao Hospital Termal diz respeito, foi debatido o encerramento da actividade termal e a necessidade de encontrar soluções para uma situação indesejada, mas que se tem repetido por diversas vezes. A Comissão de Utentes questiona mesmo se o encerramento das termas resulta “de razões técnicas, ou de alguma eventual estratégia de procura de uma solução de gestão alternativa futura”.
Joana Fialho
jfialho@gazetadascaldas.pt