São 12 os elementos que compõem o grupo, que assinalou a 26 de janeiro o primeiro aniversário enquanto associação
Tudo começou em 2010 quando vários amigos quiseram aprender a tocar concertina e foram para a Barrenta, uma localidade perto de Fátima ter aulas com um professor. Eram curiosos e autodidatas e movia-os o gosto pela sonoridade do instrumento e pela música tradicional portuguesa.
O professor chegou, depois, a vir dar aulas na antiga escola primária da Gracieira a um grupo de músicos, de onde saíram os elementos que vieram a formar as Concertinas d’Óbidos, em finais de 2017. Eram cerca de meia dúzia e atualmente são 12 os elementos no ativo, que tocam em festas, eventos e iniciativas de caráter social.
“A nossa zona não é muito aberta à concertina, o Norte é muito mais”, refere o presidente do grupo, Vítor Santos, que foi aprender a tocar o instrumento incentivado por amigos, quando se formou o grupo na Gracieira. Em jovem chegou a frequentar as filarmónicas de Óbidos e das Gaeiras, mas apenas aprendeu o solfejo. Já Francisco Lourenço começou a aprender a tocar concertina já tinha os 50 anos feitos. Até então nunca tinha tocado nenhum instrumento, embora tivesse pertencido, durante mais de 30 anos, à direção da Sociedade Recreativa e Musical Obidense. “Gostava do som e queria aprender. Entre a concertina e o acordeão optei pela primeira, por ter menos botões e pensar que seria mais fácil, no entanto, vim a aperceber-me que o mesmo botão dá duas notas…”, brinca o músico. Também Francisco Libório integra o grupo e, é dos três, o único que aprendeu a tocar concertina numa escola de música. No entanto, nas Concertinas d’Óbidos aprendem-se as músicas não através das notas musicais nas pautas, mas por números, permitindo assim que todos os elementos consigam acompanhar.
Atualmente ensaiam uma vez por semana, na sede, uma sala na antiga escola primária de Óbidos que lhes foi cedida pela Câmara, mas praticam em casa quase diariamente. O repertório é baseado na música tradicional portuguesa. “A essência da concertina é a música tradicional portuguesa e um dos objetivos da nossa associação é a divulgação da música tradicional portuguesa”, explica Francisco Lourenço, acrescentando que formaram a associação há um ano e que um dos seus objetivos, a médio prazo, passa pela criação de uma escola de concertinas.
“Aparecem pessoas que querem aprender a tocar concertina, mas depois desistem com facilidade”, explica o músico, dando conta das dificuldades que a aprendizagem do instrumento acarreta, ao nível do conhecimento e coordenação.
No ano passado o grupo fez mais de três dezenas de atuações, sobretudo em festas e eventos. Mas também tem uma vertente social, com visitas a escolas do concelho de Óbidos para permitir aos alunos terem contacto com o instrumento e fomentar-lhes o gosto, assim como a lares de idosos.
As Concertinas d’Óbidos participam também, anualmente, num dos maiores festivais de concertinas do país, o Encontro Nacional de Tocadores de Concertina, que junta na Barrenta, último sábado de setembro, mais de meio milhar de tocadores deste instrumento musical.
Este ano comemoram também o seu primeiro aniversário enquanto associação, a 26 de janeiro, com um espetáculo no auditório da Casa da Música em que participaram, para além do grupo anfitrião, o Grupo de Concertinas da Barrenta, os Típicos Caldenses e a fadista Rita Arez e aos seus dois músicos. ■