O conforto dos dias de hoje em casas dos anos 60

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Gazeta das Caldas
O prédio de gaveto entre a Avenida 1º de Maio e a Rua Raul Proença foi totalmente recuperado

A empresa Urbcaldas adquiriu o prédio que faz gaveto entre a Avenida 1º de Maio e a Rua Raul Proença e adaptou-o às necessidades contemporâneas. José Luís Perez, um dos responsáveis da firma, diz que os quatro andares agora recuperados se destinam à classe média alta, sobretudo a quem quer deixar as moradias dos arredores para regressar ao coração da cidade.

O prédio agora recuperado foi construído em 1961, mas dele já só restam as paredes. “O resto foi tudo novo e adaptado”, disse José Luís Perez da Urbcaldas, empresa que adquiriu o imóvel em meados de 2016. A intervenção de remodelação está a decorrer desde Maio de 2017 e agora o edifício já está em fase de acabamentos.
“É uma óptima construção pois a estrutura está em boas condições”, disse o empresário, para quem a boa localização  é um factor  chave para investir nesta área. O prédio, que fica entre a Avenida 1º de Maio e a Rua Raul Proença, preenche esse requisito. Por isso, ele resolveu dar nova viva aos e aos quatro andares que têm um apartamento por piso. “Quisemos manter uma habitação por piso pois não há muita oferta de habitações grandes na Avenida”, disse o empresário. São quatro T4 com 180 a 190 metros quadrados. “Entendemos que não devíamos alterar a configuração do prédio e manter alguma parte da sua história”, acrescentou José Perez, referindo-se à mesma posição do hall, do seu revestimento e à recuperação total do elevador, algo pouco comum numa casa de 1961. Todos os andares são para venda e já há alguns interessados. “Recuperámos os andares com materiais actuais, de grande qualidade, com o intuito de dar o maior conforto às pessoas”, afirmou o empresário. Foram colocados isolamentos térmicos e acústicos, alumínios de primeira qualidade, chão flutuante, vidros também com isolamento térmico e acústico. As casas passam agora a ter aquecimento central e também novos estores. As cozinhas do prédio estão equipadas com máquina de louça, frigorífico, placa vitrocerâmica, forno e microondas.
José Luís Perez não quis revelar por quanto comprou este prédio e quanto investiu na sua recuperação. Disse apenas que “foi um desafio interessante”, tendo salientado o facto de ter contado com bons profissionais naquela intervenção. Trabalhou com a Linfer e com a Alexandre Sousa Contruções.
“Temos preocupação com a qualidade e com o bom gosto”, disse o empresário, que não convidou nenhum decorador, deixando a decoração ao critério de quem vai para lá habitar.
“O  prédio era propriedade vertical e estamos agora a tratar de a colocar em propriedade horizontal para os poder vender”, disse. José Luís Perez diz que vai continuar a apostar nesta área de negócio que considera que é “a única forma de atrair as pessoas a voltar a viver nos centros da cidade, arranjando-lhes boas condições nas recuperações”. No entanto, chama a atenção para o facto de nem todos os prédios serem compatíveis com as comodidades e exigências actuais. Nalguns sítios a única alternativa é deitar abaixo para construir de novo.
José Luís Perez reconhece que apostar em métodos de reconstrução, por vezes, “fica mais caro do que construir de raiz”.