Um pouco por todo o Oeste há grupos de costureiras, mobilizados para a produção das diferentes peças de protecção individual, algo tão necessário aos que se encontram na linha da frente do combate à pandemia.
Nas Caldas da Rainha há oito costureiras da Universidade Sénior, a maioria ligada à disciplina de Corte e Costura, que estão a trabalhar a todo o vapor, costurando batas e pijamas cirúrgicos.
Trabalham para o movimento “Juntos”, liderado por Cheila Mendes e é com o apoio de uma das funcionárias daquela escola que vive num vai e vem entre as casas das costureiras e a loja “Cambraia”, para ir buscar o TNT que permite fazer as batas e os pijamas cirírgicos, depois confeccionados pelas costureiras voluntárias.
A loja é sede daquele movimento solidário que está a mobilizar centenas de pessoas desta região. Este grupo de costureiras ligadas à Universidade Sénior já contribuiu com uma centena destas peças de protecção.
Um outro grupo de costureiras voluntárias do concelho das Caldas da Rainha esteve a trabalhar arduamente para que fosse possível à União de Freguesias de N. Sra. Pópulo, Coto e S. Gregório.
Na passada segunda-feira, dia 13 de Abril, aquela Junta entregou 100 máscaras ao Centro de Educação Especial Rainha D. Leonor (CEERDL), 40 no Lar D. Dinis e outras 40 ao Centro de Apoio Social de S. Gregório.
O grupo continua a laborar e como tal, no site daquela União anuncia-se que ainda no decorrer desta semana terá “já uns milhares executados e distribuídos por todos os lares e outras instituições”.
BATAS PARA O CHO NA BENEDITA
Na Benedita, há um grupo de 10 costureiras que está a criar batas para o Centro Hospitalar do Oeste (CHO).
“Foi a peça de protecção que nos foi pedida pelo CHO e que, aliás, nos fornece o material para podermos costurar”, disse à Gazeta Maria de Lurdes Pedro, presidente de Junta da Benedita e que liderar a iniciativa solidária.
O pedido chegou do próprio presidente da Câmara de Alcobaça, Paulo Inácio, que soube da carência sentida daquelas peças de protecção. A presidente da Junta acedeu prontamente. A autarca ainda pediu a colaboração ao casal de empresários, Sandra Coelho e Fernando Fialho, que, aliás, cederam as instalações para que a dezena de costureiras possa fazer as batas de protecção.
O grupo começou a trabalhar há duas semanas e já produziu cerca de mil batas, uma peça que há escassez no CHO. “Para já vamos continuar a produzir as batas”, disse a presidente de Junta, que acredita que será possível “sair diferentes e mais fortes desta experiência”.
Segundo Maria de Lurdes Pedro, no fim do período de confinamento “olharemos para o outro de uma maneira diferente” e ainda “vamos reconhecer também que há coisas que o dinheiro não compra”.
Satisfeita por fazer parte desta iniciativa que visa proteger os profissionais de saúde, a autarca acrescenta que este novo coronavírus veio mostrar que não é algo que veio encerrar a sua casa ou a sua região. “Isto é um vírus que fez parar o mundo inteiro!”, disse. E concluiu afirmando que a sociedade está a revelar um espírito de apoio e de inter-ajuda como mostram as várias iniciativas solidárias que acontecem nas mais variadas regiões e territórios dos vários continentes.
“Vamos todos sair desta situação mais pobres e, em simultâneo, mais ricos”, rematou a presidente da Junta de Freguesia da Benedita. N.N.