Despedida emocionada de comandante da ESE

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ESE2Foi com muita emoção que várias personalidades caldenses se despediram do coronel Barros Duarte, que terminou a sua comissão de serviço de dois anos como comandante da ESE, num almoço que teve lugar a 5 de Setembro.
A despedida teve lugar na messe dos oficiais do quartel caldense e contou com a presença do presidente da Câmara das Caldas, Tinta Ferreira, do presidente da Assembleia Municipal, Luís Ribeiro, e outros autarcas, mas também de representantes das mais variadas entidades, como a GNR, os bombeiros e os Pimpões, entre outras.
“Encontrei nas Caldas pessoas fabulosas, dedicadas à sua cidade”, disse o comandante no seu discurso, acrescentando que algumas delas se tornaram “amigas do peito e que nunca esquecerei até ao final da minha vida”.
Para além disso, “foi uma experiência fabulosa do ponto de vista profissional”, referiu, tendo elogiado também os militares com quem trabalhou durante estes dois anos.
Barros Duarte adiantou que durante este período houve algumas alterações no funcionamento da ESE, nomeadamente com a redução no número de alunos e também do efectivo do quartel.

Elogios ao homem e ao profissional

Tinta Ferreira, presidente da Câmara das Caldas, salientou a salutar relação que se estabeleceu com este comandante da ESE, que foi para além do que é habitual. “Já tivemos outros comandantes com quem tivemos uma óptima relação”, mas o autarca não quis deixar de realçar as iniciativas que Barros Duarte desenvolveu com a comunidade e também o facto de ter estabelecido com ele uma forte amizade. “É um ser humano de notáveis qualidades”, afirmou.
O presidente da Assembleia, Luís Ribeiro, também não poupou elogios ao ex-comandante da ESE, dizendo estar certo que este iria chegar a general “porque a instituição não poderá deixar de reconhecer em si esse carácter e personalidade”.
O coronel Barros Duarte fez questão também de falar do seu pai, João Barros Duarte, que foi presidente da Câmara da Marinha Grande e um resistente ao fascismo, a quem diz dever o homem que se tornou, pelos valores que lhe transmitiu.
João Barros Duarte chegou a estar preso antes do 25 de Abril e foi esse papel que António João Freitas quis recordar, ao estar presente na cerimónia para entregar uma fotografia do seu pai, Custódio Maldonado Freitas, a discursar à população no quartel das Caldas, a seguir ao dia da revolução.
António João Freitas contou a forma como se recordava de encontros onde estaria o seu pai e o pai do coronel Barros Duarte, antes do 25 de Abril.
A limpeza dos graffitis e a reprimenda dos generais

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Na hora da despedida, o coronel Barros Duarte fez questão de esclarecer que a participação da ESE na campanha de limpeza dos grafitis nas paredes das Caldas, há cerca de um ano, tinha apenas como objectivo ajudar a comunidade.
O ex-comandante da ESE admitiu, no entanto, aos jornalistas presentes no almoço de despedida, que toda a polémica que se gerou em volta da participação dos militares nesta iniciativa teve a ver com a proximidade às eleições autárquicas. “Nós estávamos de boa fé e nem nos apercebemos do ‘timing’”, disse.
“Eu gostaria de ter pintado todas as paredes que têm graffitis, contra tudo e contra todos, mesmo depois de ter recebido telefonemas de generais a dar-me reprimendas”, fez questão de dizer no discurso despedida. Na sua opinião, o que se passou foi que há sempre alguém que “critica, mas que quer” que se façam as coisas.
O ex-comandante disse ainda que gostaria de ter tirado todos os sem-abrigo das ruas das Caldas e revelou que há cerca de dois anos que a ESE tem fornecido à cantina social da Misericórdia as sobras das refeições que não foram servidas no quartel. Fizeram ainda recolhas de roupa e mobiliário, entregues depois à Conferência de São Vicente de Paulo.

Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt

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