“No ACES Oeste Norte não há utentes sem médico de família”. Quem o diz é a própria directora executiva do ACES Oeste Norte, Teresa Luciano, que na passada segunda-feira, 30 de Julho, presidiu ao terceiro aniversário da USF Rainha D. Leonor, das Caldas da Rainha.
Quem estava em lista de espera neste concelho e não quis transitar para as extensões de saúde regressou à lista de espera das Caldas da Rainha e foi agora distribuído pelas USFs Bordalo e Rainha D. Leonor, que funcionam nas instalações do Centro de Saúde.
“Temos melhores aplicações informáticas que permitiram terminar com os duplicados e os óbitos e atribuir um médico de família a todos os utentes dos seis concelhos”, disse a directora, Teresa Luciano. Tal como noutros sectores, também a saúde relacionada com os cuidados primários está em reestruturação, prevendo-se que o ACES Oeste Norte passe a apenas ACES do Oeste e em vez de seis concelhos passe a contar com 11 concelhos, entre eles Cadaval e Mafra no sul do distrito. Ainda segundo aquela responsável, dos 22 ACES da ARSLVT está previsto que fiquem apenas 13.
No quase extinto ACES Oeste Norte há, no momento, sete USFs e oito Unidades de Cuidados de Saúde Continuados. “Três já estão em modelo B, quatro em A e temos duas candidaturas a Modelo B”, disse Teresa Luciano. Estas designações referem-se às três fases de evolução dos projectos das USF, nas quais a B significa que os profissionais de saúde recebem compensações extras em função dos objectivos atingidos.
Relativamente à falta de espaço que se regista nas USFs, a directora executiva diz que de momento não pode pode fazer nada pois a crise não permite que se regresse, para já, ao projecto para as novas instalações.
O exterior do edifício do Centro da Saúde foi alvo de melhorias. Há agora três lugares de estacionamento mesmo em frente ao edifício destinados a ambulâncias e a quem sofre de deficiências. Foi também criada uma passadeira e há uma rampa para auxiliar o acesso ao edifício a quem possui mobilidade reduzida.
USF Rainha D. Leonor assinalou terceiro aniversário
A completar o seu terceiro aniversário, a USF Rainha D. Leonor conta agora com 15.500 utentes, oito médicos, oito enfermeiros e seis administrativos. Segundo Leonor Salvo, coordenadora desta unidade, já passaram para o Modelo B. “Não mudámos nada, já trabalhávamos assim como treino e foi pacífica a passagem”, disse a médica. Por dia, um médico desta unidade chega a atender 30 pessoas (16 de consulta programada, oito pedidos de receitas e análise de exames e os restantes em consulta aberta).
Leonor Salvo espera que o entusiasmo se mantenha até porque a ideia é que esta USF passe à fase seguinte da certificação, tal como já sucedeu com a USF de Tornada.
Recentemente a USF Rainha D. Leonor, tal como a USF Bordalo, recebeu mais alguns doentes da lista de espera e, em média, os seus médicos têm uma lista entre os 1900 e os 2000 pacientes. “Temos muitos doentes com idades entre os 85 e os 95 anos e alguns com patologias bastante pesadas”, disse Leonor Salvo. Para a médica, o apoio da direcção executiva ao funcionamento das USF “é muito importante” e, como tal, aguarda com expectativa a reestruturação que se adivinha a curto prazo, com a criação dos novos ACES, que vão agrupar mais concelhos.
Leonor Salvo considera que a criação das USF foi uma boa ideia e apesar de trabalharem bastante, “é um bom desafio”. Até porque “esta acaba por ser também a nossa casa pois passamos cá mais tempo do que nos nossos lares”, rematou.
O problema da falta de espaço vai continuar por solucionar dado que a crise não permite, por agora, que se pensem em novas instalações para a USF Rainha D. Leonor.
Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt