
Vítor Marques afirmou que há “uma pequena verba” comunitária para iniciar a obra e mostrou-se expectante também no avanço do hotel no Parque
O novo balneário para o Hospital Termal é para avançar e já existe “uma pequena verba” dos fundos comunitários para dar arranque à obra, anunciou Vítor Marques, presidente da Câmara das Caldas da Rainha durante o discurso da homenagem à Rainha D. Leonor, no passado dia 15 de maio.
No ano em que se assinalam os 500 anos da morte de D. Leonor de Avis, o autarca começou por realçar que o que se assinala “é a vida, é o legado que ela nos deixou”. E um dos maiores legados é o Hospital Termal, em torno do qual cresceu a cidade.
O autarca considerou que o potencial do termalismo continua por explorar. “[O Hospital Termal] ainda é como se fosse a Bela Adormecida”, disse. Atualmente com cerca de dois mil aquistas por ano, Vítor Marques acredita que o potencial “é enorme”, mas é fundamental avançar com o novo balneário, que foi uma das condições no protocolo de cedência do património termal pelo Estado ao município caldense. “Um novo balneário que tenha capacidade de receber muitas pessoas, que possam usufruir das termas, da nossa cultura, do nosso comércio e que possam viver a nossa região”, notou. “Há já, através dos fundos comunitários, uma pequena verba, que não chega para tudo, mas [chega] para avançarmos”, disse, acrescentando que “é a altura”.
Altura de avançar é igualmente com o hotel nos Pavilhões do Parque. Vítor Marques lembrou que o prazo para a Visabeira avançar com as obras termina a 16 de setembro. A instalação da unidade hoteleira “que faça a diferença” e que “possa acompanhar aquilo que é o termal” é uma necessidade, disse, afirmando que a autarquia está expectante, mas acredita na vontade da empresa em concretizar o projeto.
Enquanto não avançam as obras de requalificação nos Pavilhões do Parque e na Casa da Cultura, a autarquia criou um mural nesta última infraestrutura no âmbito do projeto do Bairro Comercial Caldas da Rainh@, que homenageia em simultâneo o comércio, mas também a cultura que ali se promoveu no passado, com a dança. Vítor Marques sublinhou a importância de preservar e viver o património natural e cultural das Caldas. “Temos tantas pérolas que temos de tratar”, disse, referindo-se ao Parque D. Carlos I, às matas Rainha D. Leonor e das Mestras, ao Paul de Tornada, à Lagoa de Óbidos. Mas deixou uma nota: “estes espaços são para viver, estes espaços são para usar”.
A par das termas, a saúde mereceu o destaque de Vítor Marques, que se mostrou firme na defesa da continuidade do hospital nas Caldas, sublinhando que foi essa a vontade expressa da Rainha D. Leonor. “Não fará sentido, quando todo o nosso território construído à volta do nosso hospital termal, do nosso hospital distrital, que hoje outros pensem que deve haver uma outra localização”, argumentou. “Sim, nós reivindicamos com clareza, com convicção e com certeza que é nas Caldas e Óbidos que temos de ter um hospital”, rematou.
Mas o autarca lembrou que há outros problemas na saúde que merecem igualmente a reivindicação para que sejam resolvidos, nomeadamente ao nível da falta de recursos humanos que têm causado embaraço em vários serviços no hospital, mas também na saúde familiar. “Temos 20 mil caldenses sem médico de família”, lembrou.
O que também causa preocupação é a Linha do Oeste, cujos trabalhos de requalificação e planos para o futuro continuam a não servir os melhores interesses da população. “Ainda nos sentimos todos um pouco alarmados e preocupados quando parece que [a requalificação] terminou nas Caldas e a linha vai até à Figueira [da Foz]”, criticou o edil caldense. Vítor Marques apontou, ainda, que a região tem que “exigir” que a ligação a Lisboa seja feita ao Campo Grande e não ao Rossio, “que não é a mais atrativa”.
A cerimónia de homenagem reuniu dezenas as associações do concelho que, como é habitual, depositaram flores em tributo à fundadora da cidade. Vítor Marques sublinhou o valor desta participação cívica e o papel determinante das instituições locais, afirmando que é “uma das coisas mais ricas que temos”. Por seu turno, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários das Caldas da Rainha homenageou o empresário e radialista João Carlos Costa como patrono da nova ambulância, pelos serviços prestados à associação.
Após os discursos, como é tradição as portas do Hospital Termal abriram-se à população para uma visita.