Eleições no Montepio novamente adiadas e polémica prolonga-se

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Assembleia foi cancelada a menos de 24 horas do ato eleitoral. Lista A acusa presidente da Assembleia Geral do sucedido, mas Carlos Aurélio Santos refuta e a lista B também “iliba” o dirigente

À terceira ainda não foi de vez. As eleições no Montepio – Rainha D. Leonor, que estavam agendadas para a passada sexta-feira, na Expoeste, foram canceladas na véspera. O suficiente para reacender o rastilho da polémica entre as listas concorrentes a um ato eleitoral que já tinha sido adiado por duas ocasiões.
A lista A mostrou “desapontamento” pelo adiamento da assembleia eleitoral e que já deveria “ter ocorrido em dezembro do ano passado”, apontando responsabilidades ao presidente da Mesa da Assembleia Geral, Carlos Aurélio Santos, pelo sucedido. “As eleições foram marcadas para o dia 18 de dezembro de 2020 e foram adiadas por um simples aviso, sem qualquer fundamentação lógica e estatutária. Foram remarcadas para uma altura em que a pandemia estava no pico e, finalmente, foram marcadas para dia 16 de abril de 2021, sem o cuidado de precaver a autorização, necessária e fundamental, das autoridades”, refere a lista encabeçada por João Marques Pereira, que considera que a indefinição coloca “em causa a sustentabilidade financeira e prejudicado gravemente a honorabilidade desta instituição centenária”. A lista “Montepio XXI” acrescenta que é, agora, necessário planear de forma adequada o próximo ato eleitoral, que se deve realizar “o mais rápido possível”.
Em resposta, Carlos Aurélio Santos enjeita responsabilidades no adiamento das eleições. “Pedi autorização no devido tempo, nomeadamente à Autoridade Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, convoquei a assembleia com o tempo devido e foi às 15h15 que recebi o e-mail da delegada de Saúde do ACeS a comunicar que a DGS tinha impedido a realização da assembleia”, explicou. O dirigente acrescenta ter contactado a DGS e que a resposta foi, “claramente, que estavam a autorizar assembleias deste tipo e que não percebem o que aconteceu” neste caso.
Carlos Aurélio Santos acrescenta que “algo não está certo” para que a DGS tenha dado parecer desfavorável “à véspera” a uma assembleia-geral “com o cumprimento integral das normas, numa altura em que, por exemplo, os mercados vão poder reabrir” e, em declarações à Gazeta, acredita ter, oportunamente, condições para avançar com nova data com brevidade.
Já a lista B também lamentou, através de uma comunicação nas redes sociais do candidato a presidente do conselho de administração, Francisco Rita, o adiamento do ato eleitoral. “Quatro meses depois de iniciar esta caminhada, ainda não conseguimos chegar ao destino”, referiu o candidato da lista “Por um novo Montepio”, para quem não faz sentido atribuir responsabilidades à Mesa da Assembleia Geral pelo adiamento das eleições, mas também não encontra justificação para que o parecer da DGS tenha sido negativo.
“Trata-se de uma assembleia que tradicionalmente não junta muita gente, porque a votação é realizada ao longo do dia. Apesar de estarmos em confinamento, não estamos em zona de risco” realça o candidato. Além disso, as medidas impostas pela DGS “estavam integralmente cumpridas”, pelo que “há uma dualidade de critérios que não percebemos, a não ser que haja interferências secundárias”, afirma.
Francisco Rita lamenta que o impasse nas eleições se arraste desta forma, com as consequências negativas que daí advêm. “A nova gestão já devia ter sido ratificada há cinco meses, o que atrasa todo o desenvolvimento de projetos futuros”, afirma.
Entretanto, a lista A veio a público manifestar “repúdio” por “comunicações vindas a público por parte da lista B”, a quem acusa de ter um comportamento “absurdo, imaturo e grosseiro”, além de “completamente contrário ao espírito humanista e aos ideais do mutualismo”. “Não nos podemos rever nos mais recentes comentários da lista nossa concorrente, reveladores de uma total ausência de urbanidade, de um desespero de quem não tem qualquer ideia concreta e plausível para o Montepio Rainha D. Leonor, bem como de quem procura, a todo o custo, resolver problemas pessoais através destas eleições”, sustenta a lista de João Marques Pereira.
Em resposta, a lista B fala de um “retorquir inadequado, descontextualizado, e descontrolado” por parte da lista A, revelador de uma “má conduta à revelia dos bons princípios, prepotente, e uma tentativa de manipular o voto dos associados”. “Não permitimos arbitrariedades, e estamos mais unidos do que nunca na defesa e desenvolvimento de todo o património do Montepio, e em especial da Casa de Saúde”, assegura o elenco de Francisco Rita, voltando a exigir a “apresentação das contas de 2020, do plano de ação e do orçamento para 2021”. ■

 

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