A resposta para esta doença crónica passa por um maior conhecimento e prevenção
A cada sete segundos morre uma pessoa por complicações da diabetes e Portugal é um dos países da Europa onde mais se morre de AVC (acidente cardiovascular cerebral) em que a diabetes é a principal causa. O cenário negro foi partilhado pela diabetologista da ULS Oeste, Joana Louro, na sessão de esclarecimento sobre a doença, realizada a 14 de novembro, Dia Mundial da Diabetes, no CCC. Apesar da grandeza dos números, a profissional de saúde destacou que a mensagem deve ser de “ativismo”, “promoção da saúde” e “aposta na prevenção”.
Diretamente ligada à obesidade, a diabetes é uma das principais causas de morbilidade e mortalidade no mundo e também de impacto económico na saúde. Portugal é, na Europa, aquele que regista uma das mais elevadas taxas de prevalência da diabetes, afetando cerca de 13,3% da população portuguesa entre os 20 e os 79 anos, de acordo com os últimos dados do Observatório Nacional da Diabetes. O mais grave ainda, é que existem muitos diabéticos que desconhecem que o são, o que vai condicionar o aparecimento de complicações da doença não controlada, aumentando o risco de morte prematura e diminuindo a qualidade de vida, concretiza.
Apesar de não ter cura, tem tratamento e, devidamente acompanhada, “poderá permitir o envelhecimento ativo e sem complicações”, explicou Joana Louro, dando nota que o exercício físico, uma boa alimentação, um estilo de vida saudáveis e medicação são fundamentais para o controle da diabetes.
A viver com diabetes tipo 2, o maestro Adelino Mota partilhou o seu testemunho. O “verdadeiro doente indisciplinado”, como Joana Louro lhe chamou, mudou o estilo de vida e partilhou como, aos 59 anos, se sente bem e a diabetes não lhe “causa problemas”.
Já a diabetes tipo 1 é muito menos frequente, mas também tem vindo a aumentar. Sem qualquer relação com estilos de vida (é uma doença autoimune), esta atinge indivíduos muito mais jovens. Susana Henriques, mãe de um menino que vive com diabetes tipo 1, falou do estigma associado e do tempo que é necessário para a adaptação à doença, tanto por parte da pessoa como da família e da comunidade.
A evolução na medicação e na parte tecnológica ligada à diabetes foi abordada pela diabetologista Manuela Ricciulli, enquanto que o preparador físico na PrimePhysio, David Silva, incentivou a prática de exercício físico. “Comecem por uma atividade que gostem”, sugeriu, a par de uma alimentação equilibrada.
No dia 23 de novembro, às 18h00, decorre uma corrida e caminhada pela diabetes, pelas ruas da cidade. ■