Um estudo da Universidade de Coimbra (UC) sobre os índices de saúde da população portuguesa nos últimos 20 anos coloca o concelho de Óbidos em sétimo e Caldas no 11º lugar entre os concelhos com melhor saúde. O documento engloba 43 critérios que influenciam a saúde da população, nas áreas socio-económica, de ambiente físico, estilo de vida, cuidados de saúde, mortalidade e morbilidade, medidos nos anos de 1991, 2001 e 2011.Os municípios do top 10 têm como ponto comum serem, na sua maioria, de densidade média junto à faixa litoral. Os quatro primeiros neste índice são Entroncamento, Constância, Alcanena e Batalha, com valores entre os 876 e os 890 pontos.
Óbidos surge no sétimo posto com 870,6 pontos e os critérios que mais influenciam o seu bom resultado são a mortalidade evitável pelos cuidados de saúde que, tal como a prematuridade dos nascimentos, a segurança nas ruas e moradias e a qualidade da água, andam perto (ou estão mesmo acima da média) dos municípios do top 10. São destacados ainda como bons os valores da incidência de população pobre, o ambiente físico e a qualidade ambiental em geral.
O concelho apresenta valores acima da média nacional na maioria dos critérios, mas apresenta outros bem abaixo. São exemplos a utilização dos cuidados de saúde, em especial na saúde materna, mas também no acesso e na capacidade de resposta dos cuidados de saúde primária e hospitalar, que apresentam mesmo valores piores que em 1991 e 2001.
A incidência de doentes com Sida, a mortalidade por suicídio, a esperança de vida após os 65 anos e a solidão dos idosos, a segurança e os acidentes rodoviários estão entre os itens com valores mais baixos em relação aos restantes municípios.
Os acidentes rodoviários também representam uma regressão face a 2001 e 1991, embora a mortalidade associada ao consumo de álcool e de tabaco esteja a diminuir.
Óbidos apresenta ainda melhorias nos itens associados ao estilo de vida, à qualidade ambiental e à escolaridade.
Segurança e cuidados de saúde preocupam nas Caldas
Caldas da Rainha surge com o 11º melhor índice a nível nacional, com 868 pontos. O estudo atribui às Caldas valores quase sempre bem acima da média nacional e destaca aspectos como a qualidade ambiental, ao nível da água potável e do saneamento, como dos melhores do país. A pobreza o analfabetismo, a mortalidade infantil e a mortalidade associada ao álcool e ao tabaco também são dos factores em que o município caldense está melhor cotado.
Pela negativa, o estudo aponta ao município caldense alguns aspectos ligados à prestação de cuidados de saúde primários e hospitalares. A proximidade das unidades é positiva, mas contrasta com uma capacidade de resposta do hospital, da incidência de tuberculose e do acesso aos cuidados farmacêuticos abaixo da média. Estes itens estão melhores do que há 20 anos, mas piores do que em 2001.
O estudo atribuiu ainda valores muito baixos à mortalidade após os 65 anos, à segurança nas ruas e nas moradias e à confiança nas instituições públicas. A questão da segurança nas ruas e moradias tem-se agravado ao longo dos últimos 20 anos.
A UC atribuiu ainda valores abaixo da média nacional à solidão dos idosos, ao desemprego, ao acesso aos telefones, e à presença de famílias monoparentais.
Pelo contrário, aponta para uma evolução positiva da saúde da população em termos gerais ao longo dos últimos 20 anos. Em 1991 o concelho tinha um índice com 778 pontos, que passou para 836 em 2001 e 868 em 2011.