Chuva não tem dado tréguas, mas a Fábrica da Páscoa no Parque tem recebido milhares de pessoas nos primeiros dias. Mudança do evento para o Céu de Vidro, num espaço coberto, revelou-se acertada
Este ano a Fábrica da Páscoa conheceu uma nova localização, centrada no Céu de Vidro e zona do coreto do Parque D. Carlos I. A mudança devia-se a duas questões, explicara a organização na apresentação desta terceira edição. Por um lado, para precaver possíveis condições meteorológicas adversas e, por outro, para minorar os impactos na organização de um outro grande evento no Parque D. Carlos I, o Oeste Lusitano, que decorre entre os dias 1 e 4 de maio.
Ora, a decisão de mudar de localização revelou-se acertada logo no primeiro dia, a passada sexta-feira, 17 de abril. É que, apesar da chuva que caiu (principalmente durante a manhã), via-se muita gente na inauguração da Fábrica da Páscoa.
Uma das novidades deste ano foi a aposta no imaginário da Alice do País das Maravilhas, aproveitando o facto de a Páscoa nas Caldas ter ficado associada ao Chapeleiro Louco, interpretado pelo animador Sérgio Paulo, que é de Torres Vedras e que é storyteller há cerca de duas décadas. Após o sucesso na primeira edição, a aposta manteve-se e, este ano, reforçou-se, com a criação do evento em torno desta história.
Quando entramos no Céu de Vidro, decorado com lonas gigantes com os personagens, encontramos a entrada para o Jardim das Rosas, passamos por um arbusto em forma de buraco da fechadura e aí vemos as cartas e as flores brancas que hão-de ser pintadas, de vermelho, claro, como manda a Rainha de Copas neste enredo. Este é um local que remete de imediato para o imaginário da Alice no País das Maravilhas.
Entramos no Parque e temos uma zona com os ateliers, onde é possível aos mais novos fazerem as próprias orelhas de coelho ou um lápis personalizado, entre outras atividades. Ao lado, Maria Colibri faz as pinturas faciais enquanto anima.
Seguindo para o interior do parque, por alcatifas verdes que foram colocadas para evitar a lama, encontramos o artesanato num total de 22 expositores. Há também gastronomia e gulodices.
Seguimos mais um pouco e damos uma volta no comboio elétrico, já próximo da esplanada do Cais do Parque. Daí, e dando a volta ao coreto, regressamos à zona do chamado Céu Descoberto, no antigo Casino, onde se realizam os espetáculos. Nesse local há uma grande tenda, com o Palco das Maravilhas, onde assistimos ao musical Alice, apresentado pela ADN de Palco, de Coimbra. Com a duração de uma hora, o espetáculo transmite valores interessantes, como que cada um pode ser o que quiser e que não há impossíveis. Dentro dessa linha de pensamento, logo ao lado, temos outro palco onde decorre o espetáculo “A Melhor Pessoa do Mundo”, apresentado por João Carlos Costa.
Nesta zona do Céu Descoberto há ainda um local preparado para a hora do chá, onde são contadas as histórias do Chapeleiro Louco.
Quando saímos dessa zona há tempo para mini-golfe ou xadrez com peças gigantes, antes de mais brincadeiras no relvado perto do coreto, onde estão as pequenas casas feitas pelas instituições.
A Fábrica da Páscoa funciona diariamente entre as 10h00 e as 19h00 e tem entradas livres. Pelas 11h00 é apresentado o espetáculo “A Melhor Pessoa do Mundo” e uma hora depois o Chapeleiro conta uma história. Às 15h00 é apresentado o musical “Alice”. Às 16h00 e 18h00 o Chapeleiro conta mais histórias e, pelo meio, há nova apresentação de “A Melhor Pessoa do Mundo”.
Os ateliers e as pinturas faciais decorrem ao longo de todo o dia.
Apesar de os espetáculos e animações decorrerem, grande parte, em zona coberta, obviamente, o evento tem sentido o impacto das condições meteorológicas adversas, em particular, da chuva, que retrai algumas pessoas a sair.
De perto de Lisboa veio João Pedro Dinis, com a sua esposa e os dois filhos do casal, de três e seis anos. “Já conhecíamos as Caldas, mas nunca tínhamos vindo à Fábrica da Páscoa”, explicou à Gazeta das Caldas. “Estou a gostar, apanhámos bom tempo e ficámos impressionados com este parque, que é lindíssimo”, referiu, elogiando a qualidade da animação. “É um dia bem passado em família”, exclamou.
Aposta na vertente educativa
O presidente da União de Freguesias de N. Sra. Pópulo, Coto e São Gregório, Pedro Brás, realça a “aposta ganha” que é este evento, notando que, durantes as tardes, a chuva tem dado tréguas. Os espaços dos espetáculos “têm sido pequenos para a afluência”, frisa, acrescentando que “tem estado cheio de famílias, tem sido um sucesso”.
A aposta numa vertente “mais educativa, nos espetáculos e ateliers, torna o evento mais pedagógico”, salienta. “Em boa hora, olhando para o Chapeleiro, pensámos em recriar este mundo da Alice”, afirma, complementando: “é uma imagem de marca”. ■