Durante a sua recente estadia na Croácia o vice-presidente da Câmara, Hugo Oliveira, encontrou-se com um dignitário árabe a quem convidou para fazer representar o seu Emirato na Feira da Fruta das Caldas da Rainha, apresentando as preciosas e suculentas frutas que se cultivam nos desertos árabes.
A vinda dos dignitários dos emiratos árabes poderá também servir para captar investimentos directos ou fundos financeiros do Golfo para a reconstrução das termas das Caldas e para a construção de um empreendimento turístico de 5 estrelas nos Pavilhões do Parque. Assim, Caldas da Rainha ultrapassa a promessa que foi feita há quatros anos de que haveriam investidores russos interessados nas termas de Óbidos.
As comitivas árabes ficarão alojadas em hotéis de 5 estrelas da região, devendo ser alugada uma frota de viaturas de alta cilindrada e à prova de bala para assegurar o transporte destes investidores.
Esta aposta poderá trazer às Caldas alguns importadores de frutos do mundo inteiro, uma vez que a procura é cada vez maior, não só para alimentação, mas também com fins afrodisíacos.
Falamos de espécies raras, como as tâmaras dos oásis nos desertos no Médio Oriente, que possuem coloração avermelhada e são frutos fibrosos de sabor agridoce, com alto teor de tiramina, um afrodisíaco muito apreciado nos países asiáticos que quer fazer a sua implantação na Europa. Os figos berberes, que tiveram origem nos desertos mexicanos, são já produzidos no Médio Oriente e têm também propriedades para abrir o apetite.
Outro fruto muito apreciado em certas partes do mundo é o maboque, proveniente da árvore autóctone maboqueiro, que tem inúmeras sementes de cor castanha. Este fruto, quando amadurece, muda a cor de verde para amarelo, encontrando-se no seu interior sementes compactadas rodeadas por uma carnuda pasta comestível muito deliciosa, utilizada tradicionalmente em banquetes no Oriente.
Há ainda uma fruta semelhante ao limão ocidental, intitulada de Citrus glauca, que é largamente utilizada na produção de um elevado número de produtos, como de um doce semelhante à marmelada, para preparar bebidas e fruta seca.
Sabe-se, por outro lado, que os investidores dos Emiratos são muito sensíveis a investimentos em zonas lagunares, como o têm feito no Dubai, situado na costa do Golfo Pérsico, o maior dos Emiratos Árabes Unidos, que com as riquezas provenientes da exploração do petróleo, transformaram as água paradas daquela região, construíram hotéis, praias e zonas de lazer. Espera-se que fiquem interessados em fazer investimentos na costa Oeste, especialmente na Lagoa de Óbidos e na baía de S. Martinho do Porto, cujo aspecto é muito semelhante a algumas zonas daqueles Emiratos.
Um dos problemas a resolver tem a ver com a exigência de dentro dos empreendimentos se deverem manter as tradições berberes, nomeadamente no tocante à forma de vestir, bem como ao consumo do álcool. Contudo, nalguns ponto do mundo onde têm sido realizados investimentos com capitais do Médio Oriente, tem-se permitido os usos ocidentais.
Para realizar os primeiros contactos e verificar as condições existentes, amanhã estará nas Caldas uma primeira missão formada por dois advogados internacionais que representam o grupo dos investidores na Europa. Será que em Agosto poderá acontecer um verdadeiro “milagre económico” nas Caldas da Rainha e no Oeste?