Pelo terceiro ano consecutivo o bazar da Gazeta das Caldas coloriu a rua Raul Proença, em frente às instalações do nosso jornal. No passado sábado, 16 de Dezembro, havia peças de cerâmica, livros, cartoons e comida nas 11 bancas que compunham a festa, que nesta edição contou com um preenchido e diversificado cartaz de animação. Alguns autores estiveram presentes e aproveitaram a oportunidade para dialogar com o seu público.

 

 

 

Pelo terceiro ano consecutivo realizou-se o bazar de Natal da Gazeta das Caldas na rua Raul Proença, em frente ao jornal. Além dos produtos para venda, como livros, cerâmica, cartoons e comida, este ano a iniciativa contou com o envolvimento de diversas entidades, num total de cerca de uma centena pessoas na organização.
O bazar é um ponto de encontro entre os autores caldenses e o seu público, um espaço de diálogo e partilha que durou todo o dia e terminou já depois de o Sol se pôr.
Entre as nove bancas e duas mesas de livros, encontramos o atelier Sá Nogueira, com as caixas inspiradas nos azulejos árabes e as réplicas de janelas bem portuguesas.
À Gazeta das Caldas Amélia de Sá Nogueira disse que a presença no Bazar dos Autores “é importante”, especialmente pela interacção com os clientes, por “satisfazer a curiosidade das pessoas sobre este produto de identidade e dizer-lhes onde encontrar os modelos para as réplicas que fazemos”.
Amélia de Sá Nogueira considera que “a nível das Caldas este é o evento que está melhor representado pelas pessoas que vivem da cerâmica”.
Quem também elogiou a iniciativa foi Teresa Alves, autora de cerâmica. “É uma ideia muito boa, que destaca os artistas, dá a conhecer o trabalho e permite estar mais próximo do público”, afirmou a ceramista, antes de salientar que “a aposta forte na animação é importante”.
Mas nem só de cerâmica e livros vive o bazar. Numa das bancas encontramos o cartoonista Bruno Prates, autor da rubrica CaldasToon que todas as semanas é publicada na Gazeta das Caldas.
Se já no último ano, Bruno Prates tinha apresentado neste evento algumas ilustrações inspiradas na Rota Bordaliana, este ano trouxe como novidades algumas figuras natalícias em postais. Renas, duendes, o Pai Natal e a Sagrada Família são exemplos.
Outra novidade que o cartoonista trouxe ao bazar foi uma tira de banda desenhada natalícia que pode ser preenchida por qualquer pessoa e oferecida pelo Natal. “O Bazar dos Autores é uma iniciativa boa para a cidade”, resumiu o autor.
Na área da gastronomia, marcou presença a Gramas com Sabor, com as suas bolachas e empadas.

Dezenas de pessoas de diferentes entidades

Esta foi uma iniciativa que reuniu dezenas de pessoas de diferentes entidades. Além dos autores presentes ou representados (nas áreas da cerâmica, literatura, cartoon e gastronomia), da equipa da Gazeta das Caldas que organizou o evento e dos parceiros, participaram várias colectividades num programa de animação recheado.
Logo pela manhã de sábado, 16 de Dezembro, deu-se um dos momentos com mais público: a actuação dos seis jovens alunos da Academia de Música de Óbidos com gorros de Pai Natal.
Composto por dois acordeões, um violoncelo, uma bateria, um baixo e uma guitarra eléctrica, o grupo tocou temas natalícios e outros mais contemporâneos, mas também conhecidos da maioria.
Além de serem alunos do curso oficial de Música, com idades entre os 14 e os 15 anos, estes jovens são também alunos da Escola Raul Proença e querem fazer da música vida. Pedro Filipe, director da escola obidense, disse que este evento é uma das “oportunidades que têm para tocar e uma forma de incentivo” para eles.
Seguiu-se a actuação do Grupo Coral da Universidade Sénior Rainha Dona Leonor, com 35 pessoas dirigidas pela maestrina Rute Sofia. “É a primeira vez que actuamos neste evento e é importante na medida em que queremos transmitir o que é verdadeiramente o Natal”, muito além dos valores consumistas. Por outro lado, a maestrina disse que é uma forma de os alunos da universidade sénior darem à comunidade o que têm. A terminar Rute Sofia deu os parabéns à Gazeta das Caldas pelo seu 92º aniversário e pelo trabalho desenvolvido.
Ainda antes do almoço actuou um quarteto de jovens entre os 16 e os 19 anos que pertence à Sociedade Musical Recreativa Obidense. “Foi uma boa actuação, estamos habituados a este tipo de eventos com animação e música de rua”, contou o jovem Bernardo Rodrigues.

Movimento atípico na rua Raul Proença

Se durante a manhã a animação foi fundamentalmente a música, já depois de almoço houve tempo para um momento de dança do grupo PopOut da Escola Vocacional de Dança das Caldas da Rainha.
Este grupo já tinha participado no último ano, tendo sido um dos momentos alto dessa edição. Este ano apresentaram uma coreografia de pop e hip-hop, com 25 jovens entre os 15 e os 19 anos a dançar na rua, fechada ao trânsito.
“Estamos muito gratos pelo convite é bom participar nestes eventos que são importantes para a Gazeta e para as Caldas”, salientou a professora Cristina Correia.
Seguiu-se uma demonstração da habilidade dos jovens da Ginástica dos Bombeiros Voluntários das Caldas com saltos mortais e piruetas em minitrampolim.
O grupo, orientado por João Franco e Olga Francisco, trouxe a camioneta dos Bombeiros com o material lá dentro. “Foi muito engraçado saltar na Rua Raul Proença. Temos por hábito actuar em pavilhões e ginásios, com outro tipo de enquadramento. Tivemos essa logística, que é sempre engraçada, de preparar o material e colocá-lo aqui”, contou João Franco, acrescentando que “os ginastas antes de começarem a saltar olharam para o equipamento disposto pela rua e disseram: “isto é muito grande”.
Depois da ginástica actuaram duas jovens do Conservatório das Caldas, que comemora 20 anos em 2018. “Tocar na rua é sempre uma aventura, um grande desafio pelo clima, pelas condições e pela acústica”, salientou a professora Lúcia Oliveira. Sobre o evento, a formadora afirmou: “quando se faz é porque não existe, mas quando não se faz, faz falta”.
No fim da tarde, autores como Carlos Querido, Isabel Castanheira, Stella Onofre, Paulo Caiado, Cristina Horta e Isabel Xavier, estiveram presentes numa sessão de autógrafos e conversa com o público.

Mercado com ofertas para todos os gostos

A passear pelo evento em busca de presentes de Natal encontramos Esmeralda Maurício. “Encontrei aqui um mocho lindíssimo em cerâmica que não estava à espera e comprei-o para oferecer a um amigo no Natal”, contou, acrescentando que tenta “comprar sempre presentes regionais e nacionais”.
A terminar Esmeralda elogiou o evento: “foi uma ideia fantástica criar esta iniciativa” que reúne os autores locais das várias áreas. “Deveria haver mais”, concluiu.
Já a jovem Beatriz Pedro passou na Rua Raul Proença pela manhã do dia 16. “Vi muita gente” e isso fê-la voltar da parte da tarde para espreitar o bazar. Acabou por comprar um presépio para colocar na sua casa, em Lisboa. “Faz todo o sentido ajudar os autores, apresenta a cultura à cidade e é uma óptima iniciativa”, afirmou a jovem, elogiando o mercado: “está muito adaptado aos nossos dias e ao nosso estilo, tem ofertas para todos os gostos”.