Há 96 anos, a 26 de agosto de 1927, a então vila das Caldas viu a sua pujança coroada com a elevação a cidade
A inauguração do recuperado órgão da Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, com um concerto com o organista António Duarte, marca as comemorações da elevação das Caldas a cidade. O organista titular da Sé Patriarcal de Lisboa atua às 19h00 de domingo.
O órgão é datado de 1826, e da autoria de António Joaquim Fontantes. O instrumento foi agora recuperado pelo organista António Simões, que procurou preservar “a estética original do órgão” e a “sonoridade única do instrumento”.
O órgão foi restaurado no âmbito da obra de requalificação da Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, num investimento da Câmara de mais de meio milhão de euros, que contou com apoio de fundos comunitários.
O programa do concerto do também professor de órgão na Escola de Música do Conservatório Nacional, apresenta um reportório composto por música dos séculos XVI, XVII e XVIII.
A entrada no concerto, que ocorre no dia em que se comemora o 96º aniversário da elevação a cidade, é livre, mas limitada à lotação da igreja.
Elevação a cidade
O ato administrativo da elevação ocorreu a 26 de agosto de 1927 e foi o culminar de um processo de desenvolvimento da então vila termal, coroando dessa forma a pujança que se sentia.
Nas Caldas, na década de 20 do século passado, a Gazeta das Caldas tinha sido fundada (a 1 de outubro de 1925) e na edição de 28 de agosto de 1927 escrevia-se nas páginas do jornal que a notícia da elevação das Caldas a cidade, foi recebida com manifestações de “regozijo” e o lançamento de foguetes e morteiros. A primeira página destacava “A condenação do passado” e o “Elogio do Futuro”, num texto em que Caldas da Rainha é descrita como uma terra de abundância, “opulenta em sua vida económica, linda com fracos adornos dos homens e a exuberancia da sua vegetação luxuriante e do seu clima de previlegio”. O autor do artigo, Leopoldo Nunes, questiona ainda: “a que outra vila, que não a Caldas da Rainha, melhor cabia o título de cidade?! Pois não é ela, de facto, a mais encantadora terra da Extremadura?”. ■