O início das dragagens na Lagoa de Óbidos está dependente da autorização em sede de AIA (Avaliação de Impacte Ambiental). De acordo com o presidente da Câmara das Caldas, Tinta Ferreira, o objetivo, manifestado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), será de que a obra possa começar ainda este mês, mas aguarda pelos pareceres que são necessários mesmo antes do seu começo.
Já o autarca de Óbidos, Humberto Marques, considera que as dragagens têm de contemplar, no seu início, a zona da embocadura, que liga a lagoa ao mar. “Reitero o que disse aquando do auto de consignação da obra, que vejo a lagoa cada vez mais assoreada junto à aberta”, disse o presidente da Câmara, alertando para a eficácia do investimento de 16 milhões de euros nos braços da Lagoa, se não se intervir também na sua ligação ao mar, que permite a circulação das águas.
“Alguma coisa está a acontecer para esta interdição da apanha de bivalves, que é atípica e que tem a ver com a falta de renovação da água vinda do mar”, salientou Humberto Marques, acrescentando que, no domingo, a temperatura da água no corpo da lagoa chegou aos 25º. “É um ambiente extraordinário para as toxinas se desenvolverem”, alertou.
A empreitada visa retirar 875 mil metros cúbicos de areia, ao longo de 4.000 metros de canais e 27 hectares de bacias na Lagoa. A obra estará a cargo do consórcio Alexandre Barbosa Borges, SA/Vinci- Construction Maritime et Fluvial, que já tem a draga instalada no local. ■