A empresa caldense Laboratório Branco Lisboa foi vendida ao grupo Joaquim Chaves Saúde, que tem sede em Linda-A-Velha. O laboratório deixou de funcionar e é neste momento apenas um posto de recolha de amostras que são transportadas para Lisboa para serem analisadas, sendo os resultados enviados para as Caldas. Os 19 trabalhadores da empresa receiam despedimentos porque é visível que agora há menos trabalho, sendo certo que vão ser apresentadas propostas de rescisão por parte do novo empregador.
O empresário e farmacêutico João Branco Lisboa disse à Gazeta das Caldas que vendeu esta empresa porque não tem sucessor para a actividade à qual se dedica há já 47 anos. Mantém, contudo, a farmácia na rua das Montras.
O Laboratório Branco Lisboa chama-se agora Joaquim Chaves, um importante grupo nacional ligado à saúde que adquiriu a empresa caldense. O montante do negócio não foi revelado, mas desde 2 de Janeiro que muita coisa mudou já no funcionamento do laboratório. Agora as análises não são feitas nas Caldas da Rainha, mas sim em Linda-A-Velha (Algés) tendo o laboratório caldense ficado reduzido à categoria de posto de recolha de amostras. Os equipamentos que faziam as análises estão agora sem uso e parte do pessoal não tem trabalho durante a tarde pois as tarefas esgotam-se na recolha das amostras.
Que haverá despedimentos é mais do que certo. Resta saber quantos. Fonte oficial da Joaquim Chaves disse à Gazeta das Caldas que “haverá lugar à continuidade da maioria dos postos de trabalho” e o anterior proprietário, João Branco Lisboa, diz que quando negociou a venda da empresa procurou salvaguardar a situação dos trabalhadores. “Já não é da minha responsabilidade, mas estou convencido que 85% dos trabalhadores se vão manter”, disse à Gazeta das Caldas.
O empresário e farmacêutico explicou que vendeu a empresa porque não tinha sucessor. “Vou fazer 73 anos e há 47 anos que estou nesta actividade”, disse. Já a farmácia Branco Lisboa, que possui na rua das Montras, vai continuar na sua posse porque tem um sobrinho que um dia pegará no negócio. João Branco Lisboa é farmacêutico há 53 anos.
Já os novos patrões do agora ex-laboratório caldense dizem que “a estratégia da JCS [Joaquim Chaves Saúde] prevista para as Caldas da Rainha passa, como em todos os locais onde actua, por manter ou melhorar serviço e nunca por promover uma redução do nível de resposta”. A mesma fonte diz que “os actuais colaboradores do Laboratório podem confirmar que, passadas poucas semanas desta operação, o tempo de resposta diminuiu. A equipa de integração de Laboratórios da Joaquim Chaves Saúde está de momento no terreno sendo precoce avançar com quaisquer medidas que venham a ser tomadas”.
A empresa acrescenta que “vai investir nas Caldas Rainha, nas infra-estruturas do Laboratório Branco Lisboa e, muito possivelmente noutros locais”. Quanto ao montante desses investimentos, “ainda não estão apurados”.
Facturação de 1,2 milhoes de euros
O Laboratório Branco Lisboa facturava perto de 1,2 milhões de euros por ano.
A Joaquim Chaves Saúde tem vindo a seguir uma estratégia de aquisição de laboratórios no país. Só no último ano comprou a Clínica Europa em Carcavelos, o Laboratório Lacto e Clínica Endogastro também no concelho de Cascais, o Laboratório Lúcia Alemão e Laboratório Prof. Parreira, em Lisboa, o Laboratório de Vila Viçosa, o Laboratório Dr. Mergulhão em Portimão e as Clínicas Dr. Horácio Guerreiro em Faro e Olhão.
Além das Análises Clínicas e Anatomia Patológica, o grupo também abrange outras áreas da saúde como as clínicas médicas de Ambulatório (exames e consultas) e de Cirurgia, clínicas de Radioncologia e Medicina Nuclear e ainda em Saúde Mental.