Cerca de uma centena de agricultores manifestaram-se na manhã do dia 18 de maio no Oeste contra o aumento dos custos de produção na exploração agrícola através de uma marcha lenta.
O ponto de encontro estava marcado para as 7h30, na Lourinhã, de onde a comitiva de tratores partiu, em direção ao Norte, para uma primeira paragem na Atouguia da Baleia e outra em Óbidos, junto ao Santuário do Senhor da Pedra, onde mais agricultores se foram juntando ao protesto.
A manifestação seguiu depois, em marcha lenta, e num constante buzinão, até à porta da Direção Regional de Agricultura e Pescas, nas Caldas, perto da Escola Bordalo Pinheiro, cerca de 40 quilómetros depois da partida. Aí, já perto da hora de almoço, os manifestantes foram recebidos pelo Diretor Regional José Nuno de Lacerda Fonseca, a quem entregaram um caderno reivindicativo.
As principais reivindicações dos agricultores passam pela criação de apoios diretos ao consumo de combustíveis e de eletricidade e pela isenção de impostos no gasóleo agrícola (como acontece nos setor da pesca), mas também pela regulação dos preços e ainda por investimentos do poder central em infraestruturas de armazenamento de água que possibilitem aos agricultores ter um auxílio no combate aos cada vez mais frequentes períodos de seca.
A manifestação, que foi promovida pela Associação Interprofissional de Horticultura do Oeste, Louricoop, Adega Cooperativa da Lourinhã e Cooperativa Agrícola de Peniche, tinha também como objetivo a sensibilização da opinião pública para a situação que se vive no setor agrícola e para as dificuldades sentidas no dia-a-dia pelos agricultores, especialmente depois do atravessar da pandemia, do despoletar da guerra na Ucrânia e da situação de seca no país.
No final do protesto, pacífico e ordenado, os representantes destas quatro organizações seguiram para Lisboa, onde reuniram com o secretário de Estado da Agricultura, para lhe dar conta de que a atual conjugação de fatores, com grandes aumentos das despesas sem paralelo nas receitas, estão a levar ao estrangulamento do setor.■