Ministério Público investiga compra da Quinta da Cela

0
578
Em causa está o contrato de comodato que permite aos anteriores donos usufruírem do terreno de Alfeizerão e continuarem a receber as respectivas rendas

O Ministério Público reabriu a investigação à compra da Quinta da Cela, em Alfeizerão, pela Câmara de Alcobaça (que ali queria ver instalado o Hospital Oeste Norte) e ao contrato de comodato que atribui aos antigos proprietários direitos sobre o terreno. A notícia foi avançada pelo Região de Cister, ao qual o presidente da autarquia alcobacense confirmou a notificação pelo Ministério Público.
De acordo com o semanário alcobacense, em final de Novembro foi apresentada uma queixa onde é denunciado o contrato assinado a 12 de Janeiro de 2009 entre Gonçalves Sapinho, na altura presidente da Câmara de Alcobaça, e os antigos proprietários do terreno, comprado três dias antes pela autarquia, pelo valor de 3,5 milhões de euros. De acordo com o contrato de comodato, os antigos donos podem continuar a usufruir do espaço e receber as rendas dos arrendatários que ainda ocupam a propriedade, não obstante esta ter sido comprada pela autarquia.
O processo de investigação relativamente à compra do terreno e ao contrato de comodato tinha sido arquivado no primeiro semestre de 2010, mas foi agora reaberto por causa da queixa que diz que “foi celebrado o referido contrato sem o conhecimento de qualquer outro responsável pelos órgãos autárquicos, a não ser o senhor presidente da Câmara na altura”, avança o Região de Cister, que teve acesso ao documento entregue ao Ministério Público.

J.F.