Misericórdia garante mais dois médicos para os centros de saúde

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A assinatura do protocolo contou com representantes da ARSLVT, da Misericórdia e do Município das Caldas

Renovação do protocolo com a ARSLVT garante mais dois médicos para o concelho das Caldas

A Santa Casa da Misericórdia das Caldas da Rainha e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) renovaram no passado sábado o protocolo que permite à instituição caldense disponibilizar médicos ao Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Norte, para minimizar os efeitos da falta de médicos no centro e extensões de saúde no concelho das Caldas da Rainha.
A renovação do protocolo vai permitir a continuidade da prestação dos quatro médicos que a Santa Casa da Misericórdia já disponibilizou no ano passado ao ACeS Oeste Norte e reforça a equipa com mais dois, com possibilidade de juntar ainda mais um, uma vez que uma das médicas ao serviço foi, entretanto, mãe, explicou à Gazeta das Caldas a provedora da Misericórdia das Caldas da Rainha, Maria Conceição Pereira.
“Esta não é a principal atividade da Santa Casa, mas dentro do espírito de solidariedade com a comunidade, e sabendo problemas de acesso a médico de família, especialmente nas freguesias mais distantes da cidade, é mais um serviço que prestamos à população”, comentou a dirigente.
Luís Pisco, presidente da ARSLVT, sublinha a importância deste tipo de colaboração para fazer face à falta de médicos no Serviço Nacional de Saúde, através de “um parceiro de qualidade, que tem boa gestão e consegue colocar médicos que respondem às necessidades dos utentes que não têm médico de família e precisam de uma consulta, ou de um documento”, afirma.
A estes médicos não serão atribuídas listas de utentes, mas “ficam disponíveis para atender os utentes que o ACeS envia para eles, para resolver situações do dia a dia”, acrescenta.
Estes médicos vão, assim, minimizar o problema da falta de médicos nos centros e extensões de saúde, “que são transversais a todo o concelho”, diz Vítor Marques, presidente do Município das Caldas da Rainha, que aponta o Landal, A-dos-Francos, Alvorninha, Santa Catarina e a Unidade de Saúde Familiar O Pelicano como as situações mais preocupantes. “Como o presidente da ARSLVT aqui disse, o nosso ACeS chegou a ter das melhores situações, agora estamos numa situação muito precária”, disse Vítor Marques, acrescentando que o problema no concelho se agudizou com a recente saída de três médicos para centros de saúde de concelhos vizinhos. “Já tínhamos o problema das saídas para o privado, as aposentações, agora dentro do próprio SNS há médicos a passarem de uns centros de saúde para outros, para terem melhores condições de vencimento, e são valores muito díspares”, lamenta o autarca caldense, que diz ser necessário “um maior equilíbrio” dentro do SNS.
Luís Pisco acredita que seria necessária a colocação de cerca de “mais de uma dezena de médicos” para resolver o problema na região, mas alerta que a solução dificilmente surgirá no curto prazo. “A solução para isto é formar mais médicos, como o ministro da Saúde já afirmou. Provavelmente formando mais médicos do que precisamos, porque vai haver sempre saídas para o privado e para o estrangeiro”, refere, acrescentando que “o SNS tem que se tornar cada vez mais atrativo”.

Centro de Saúde vai ter obras
Mas nem tudo são más notícias na área da saúde no concelho. Vítor Marques adiantou que a candidatura ao Plano de Recuperação e Resiliência para a reabilitação dos edifícios do Centro de Saúde e da antiga Unidade de Saúde Pública já avançou e vai permitir que os trabalhos sejam iniciados este ano. ■