A mobilidade suave, que tem uma elevada adesão nos países do Norte da Europa, está a ganhar cada vez mais adeptos em Portugal. À medida que as cidades vão criando constrangimentos à circulação e, sobretudo, ao estacionamento, é preciso encontrar novas formas de circular. Andar a pé, de bicicleta, de trotineta e de transportes públicos são as alternativas mais viáveis e não têm que ser necessariamente concorrentes ao automóvel, também podem ser complementares.
Estima-se que o futuro da mobilidade passará cada vez menos por ter automóvel próprio e este mercado terá tendência para se transformar de um comércio para uma prestação de serviços. As plataformas de partilha do automóvel estão a ganhar adeptos, num conceito de pagar apenas por aquilo que se utiliza, até porque o automóvel que a maioria das pessoas tem na garagem está mais tempo parado do que a circular.
É nesse sentido que as alternativas ao automóvel ganham verdadeira expressão, nem tanto numa óptica de concorrência, mas muito de complementaridade. Quando o indivíduo precisar de automóvel, irá alugá-lo, mas terá em mente outras alternativas. A consciência ambiental, mas também o factor poupança, entram em cena ao mesmo tempo que as cidades se fecham ao automóvel. É uma questão ambiental que vai muito além da poluição. Trata-se de uma sociedade à procura de ter um ambiente calmo e que permita às pessoas desfrutar dos espaços públicos.
A tendência será crescente para que os automóveis fiquem na periferia, e quem chegue dessa forma à cidade opte por meios de transporte suaves para as pequenas deslocações no meio urbano.
Países como os do norte da Europa já têm forte adesão à mobilidade suave. As pessoas circulam a pé, mas também de bicicleta, tanto as convencionais como as eléctricas, e as trotinetas eléctricas também vão conquistando adeptos.
A MODA DAS TROTINETAS
A moda também já chegou a Portugal, onde a dependência do automóvel ainda é grande, mas que vai diminuindo. Depois das bicicletas eléctricas e dos hoverboards, surgiram as trotinetas eléctricas, que estão a ganhar adeptos e espaço no meio de locomoção urbano.
Em Lisboa já existe um parque de 5000 trotinetas elétricas registados, que em média têm duas utilizações diárias, segundo dados da própria autarquia. Estes pequenos veículos de duas rodas e que, na maioria, são conduzidos de pé, são capazes de se deslocar a velocidades até aos cerca de 25 km/h, de forma muito ágil. Permitem deslocações rápidas em distâncias relativamente curtas e têm-se revelado importantes aliados de quem não quer, ou não pode, levar carro para os grandes centros urbanos. Têm ainda a grande vantagem das dimensões extremamente reduzidas, pelo que não ocupam grande espaço quando não estão a ser utilizados.
O tamanho reduzido torna estes pequeno veículos muito interessantes, por exemplo, para quem tem que fazer parte do percurso de automóvel (deixando-o estacionado em parques fora dos centros das cidades), ou de transportes públicos, mas ainda tem que cobrir uma distância substancial para ser feita a pé.
Em relação às bicicletas eléctricas, têm a vantagem de ser, de um modo geral, mais acessíveis no que ao preço diz respeito. É possível adquirir um destes veículos novo por cerca de 200 euros.