NGHD celebrou 40 anos na cidade onde nasceu e está “pleno de atividade”

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A cerimónia de abertura contou a presença do bastonário da Ordem dos Médicos
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Reunião no CCC juntou 200 profissionais para abordar os desafios da gastrenterologia

A associação profissional foi fundada a 29 de novembro de 1984, quando 11 gastrenterologistas de oito hospitais se juntaram nas Caldas da Rainha para dar corpo a um “sonho” de Vasco Trancoso, médico gastrenterologista que se tinha radicado nesta cidade um ano antes. Atualmente o Núcleo de Gastrenterologia dos Hospitais Distritais (NGHD) conta com cerca de 300 gastrenterologistas, provenientes de 34 hospitais de todo o país. Na sessão de abertura da reunião anual, o seu presidente de honra, Vasco Trancoso, destacou a satisfação por verificar que o núcleo não se extinguiu com o passar do tempo, mas que continua “pleno de atividade e vigor” nas vertentes assistencial, formativa e científica. Considera que os momentos criadores do núcleo foram uma peça significativa na afirmação do SNS no terreno, acrescentando que neste momento “menos feliz” que o Serviço Nacional de Saúde atravessa, a atividade do NGHD é mais uma vez fundamental. Vasco Trancoso salientou ainda que a continuidade e desenvolvimento destes serviços, cobrindo cerca de 75% da população portuguesa, enfrenta desafios semelhantes aos de há 40 anos. Uma opinião corroborada pelo atual diretor do serviço de Gastrenterologia da ULS do Oeste (a funcionar no hospital das Caldas), António Curado, que explicou que uma das atuais preocupações é a falta de recursos humanos nos hospitais mais pequenos. O serviço irá contar com instalações melhoradas, na sequência da candidatura ao PRR, aprovada, de equipamentos de endoscopia. “Foi-nos atribuído um valor para equipamentos na ordem dos 450 mil euros, o que é muito bom do ponto de vista técnico, mas são também precisos recursos humanos e instalações físicas adequadas”, explicou o médico. O serviço funciona com quatro médicos do quadro e um prestador de serviços e precisava do dobro para dar a resposta à população que abrange.
Também a presidente do CA da ULS do Oeste, Elsa Baião, enalteceu o trabalho do núcleo, que mantém a “estratégia de cumplicidade e união de todos os gastroenterologistas que trabalham nos hospitais distritais promovendo a afetação de recursos gastroenterológicos a estes hospitais que, no seu conjunto servem a maioria da população, pugnando por serviços com dignidade adequada e permitindo um atendimento em proximidade aos doentes, que não terão de se deslocar aos hospitais centrais”. A responsável deixou ainda uma palavra de “homenagem e admiração” a Vasco Trancoso pela “visão, compromisso e determinação e paixão” na fundação deste núcleo e ao Centro Hospitalar das Caldas. Também o bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, reconheceu o trabalho de Vasco Trancoso na constituição do núcleo e, por outro lado, reconheceu que o SNS está a atravessar o seu “período mais difícil” desde a criação, em 1979. A Ordem dos Médicos vai avançar, nos próximos meses, com uma plataforma de discussão, a nível nacional, e que no final se traduzirá num documento de construção para um novo SNS.
A reunião do NGHD foi precedida, a 28 de novembro, pelo 11º Curso Anual de Gastrenterologia e Endoscopia Digestiva para Enfermeiros (CAGEDE), igualmente organizado pelos respetivos setores profissionais dos Serviços de Gastrenterologia da ULS do Oeste (Caldas da Rainha) e da ULS de Castelo Branco, que contou com 150 participantes. Na cerimónia de abertura do curso, o presidente da Câmara, Vítor Marques, destacou a importância deste tipo de eventos, a tradição da cidade na área assistencial da saúde e as perspetivas futuras de investimento em cuidados hospitalares e cuidados primários no concelho e na região. ■

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