Uma nova geração de vendedores

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praça da fruta
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A Praça está a mudar, tem a sua imagem mais uniformizada e atrai cada vez mais novos consumidores. Entre os vendedores há também rostos mais jovens enquanto que outros, que vendem há décadas naquele espaço, consideram que chegou a hora de descansar. Gazeta das Caldas falou com gente mais nova que já tem a sua banca ou que ajuda os seus familiares. Uns não querem prosseguir, mas outros deixaram os seus anteriores empregos para se dedicar à venda na Praça da Fruta.

“Gosto muito disto!”, diz Vera Carreira, de 32 anos, que tem a sua própria banca na Praça. Deixou a empresa onde trabalhava há um ano para se dedicar a esta vida. Antes ajudava apenas o pai, mas agora ela também é vendedora.
Além de se levantar de madrugada e do esforço necessário à montagem das bancas, destaca  o  convívio e a amizade que há entre os vendedores, salientando que não são raras as vezes em que trocam os produtos.
Os seus avós já vendiam na Praça e a decisão de continuar a profissão surgiu por querer também gerir o seu tempo e dar mais apoio à sua filha de dois anos. Além do mais, também produz e escoa a sua produção de batata doce, uvas, maçãs e dióspiros.
Sandra Santos é das Caldas, tem 40 anos e ajuda a sua mãe ao fim de semana na venda das hortícolas e da fruta. Considera que actualmente há novos consumidores que obrigam os vendedores a estar atentos às novidades para lhes permitir novas escolhas. Notam mais turistas e gente mais nova que prefere a Praça ao supermercado. “Noto também que nos respeitam mais”, afirmou.
Hoje Sandra Santos pensa em seguir a profissão de vendedora. “E porque não? É preciso dar continuidade a este trabalho”.
Sílvia Félix, 38 anos, vem trabalhar aos fins de semana e aos feriados na banca de frutos secos que pertence a Pedro Bernardo. “Gosto imenso disto, o contacto com o público é sempre muito bom”, contou a vendedeira que está a considerar a hipótese de, talvez um dia, vender de forma mais permanente neste mercado. Agrada-lhe lidar com os frutos secos, os tremoços, as azeitonas e os chás e nota que entre as novas tendências de consumidores na Praça há um acréscimo de estrangeiros. “Uns que vieram para cá morar e outros só de passagem”, explicou. Sílvia Félix também considera que há cada vez mais jovens a comprar na praça e muitos deles são alunos da ESAD.
O patrão, Pedro Bernardo, vende na praça desde 1995 e acha que se vive um bom momento relativamente aos frutos secos. “Agora o consumidor tem mais cuidado com a saúde e pede-nos coisas saudáveis”, contou, acrescentando que procura sempre ter novidades e novas misturas de sementes e de cereais para agradar aos consumidores mais exigentes.

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