Projeto foi apresentado na Câmara esta semana. Previsão é começar a obra em 2024, com um prazo de 20 meses, para reabilitação e construção nova
Na segunda-feira passada, o Conselho de Administração do Montepio Rainha D. Leonor foi à Câmara das Caldas apresentar o projeto para o seu novo Hospital, localizado na entrada Sul da cidade, no edifício onde antigamente funcionava a EDP.
Trata-se de um investimento de 18,95 milhões de euros (9,35 milhões de euros para a reabilitação do edifício existente, 5,5 milhões de euros para a construção de um novo bloco, 3,7 milhões de euros para equipamentos e 400 mil euros para estudos e projetos). A administração quer começar a obra em 2024, com um prazo estimado de 20 meses, o que o poderia colocar em funcionamento já em 2026 (ou seja, em cerca de dois anos).
O projeto prevê a construção de um novo edifício, paralelo ao existente e com a mesma volumetria que esse, mas que é “estudado, preparado e planeado para a área médica”, explicou o presidente do Conselho de Administração do Montepio, Francisco Rita.
O edifício existente será adaptado “aos dias de hoje e à nova funcionalidade”, esclareceu, notando que o irão “complementar com um novo, que irá responder às necessidades específicas desta área”.
Esse edifício existente, onde durante largos anos funcionava a EDP, será reabilitado para serviços de consultas, administrativos e ali funcionará o Serviço de Atendimento Permanente para adultos e pediátrico e 28 especialidades (entre as quais a Ortopedia, Cardiologia, Medicina Física, Otorrinolaringologia, Reumatologia, Radiologia, Medicina Dentária, Urologia) e ainda o laboratório clínico.
Novo edifício, a construir, prevê a existência de 16 camas de cuidados continuados e bloco cirúrgico, entre outros
A ideia de construir um segundo edifício surgiu na sequência de um estudo que mostrou que fazer o hospital no edifício existente não era viável.
O novo edifício será onde vai funcionar o bloco cirúrgico, a sala de pequenas cirurgias e ambulatório, as salas de exames gastroenterológicos, a unidade de convalescença, o recobro, a sala de operações e o internamento de medicina e cirurgia, bem como as áreas técnicas. Terá ainda a existência de 16 camas de cuidados continuados.
“A mudança é um ampliar de serviços”, fez notar Francisco Rita, durante a apresentação.
Relativamente à capacidade financeira da instituição para um investimento que admite que é “muito grande”, o responsável salientou a “recuperação financeira” dos últimos dois anos” e informou que este ano a instituição vai atingir “resultados globais francamente positivos”.
Por outro lado, os responsáveis acreditam que o movimento que já registam (com 36 mil consultas e 50 mil pessoas a realizar exames no último ano) e o facto de já terem o know-how desta atividade lhes permitirá começar a recuperar o investimento rapidamente, assim que este esteja a funcionar.
Acresce, nota Francisco Rita, que será importante a captação de apoios e o envolvimento dos sócios e da própria comunidade, em ações que se venham a realizar para angariar fundos para a construção da obra, a exemplo do que tem sido a história da instituição ao longo dos anos (mais recentemente na construção do lar).
Da parte das várias entidades com quem têm reunido, os responsáveis do Montepio têm sentido abertura e carinho pelo projeto, e até apoio, mas não a nível financeiro.
Apesar de, nesta fase, avançar sozinha, a administração do Montepio Rainha D. Leonor não exclui a possibilidade de vir, no futuro, a realizar parcerias com grupos de saúde, consoante a evolução do projeto.
“O Montepio foi, é e contamos que continue a ser, complementar em relação aos serviços públicos”, afirmou Francisco Rita.
Os arquitetos Silveira Botelho e Fernando Almeida, da empresa BA Arquitetos, apresentaram a sua proposta para o novo hospital do Montepio, notando que o processo foi elaborado de forma a estar preparado para ser aprovado pela Autoridade Nacional de Proteção Civil e pelos serviços de Saúde, cumprindo os vários requisitos.
O exterior do bloco existente vai manter-se, sendo que as alterações serão realizadas sobretudo no interior.
O bloco novo, que será construído, “distingue-se, mas não entra em colisão com o existente”, asseguraram. As questões da segurança e da acessibilidade, tanto ao nível de exteriores, como de interiores, também foram pensadas. Uma estrada circular em torno do edifício permite o acesso a todas as fachadas e, no interior, os elevadores levam os utentes aos serviços necessários.
Após a apresentação na Câmara das Caldas, os eleitos na autarquia mostraram a sua satisfação com o projeto, tão pertinente nesta fase, e também o apoio para que se possa concretizar no mínimo tempo possível (por exemplo, ao nível dos licenciamentos), tendo questionado acerca do modelo de financiamento pensado para este investimento.