Actualmente são reciclados em Óbidos cerca de 20% dos resíduos produzidos no concelho, num total de 1068 toneladas. Este valor é superior à média da região Óbidos, que se situa nos 8,7% e também da média nacional, que está nos 12%.
Estes dados foram recolhidos pelos Serviços de Ambiente da autarquia e resultam do programa “Custa Menos Separar”. Com início em Março de 2007, permitiu a criação de um sistema de recolha selectiva de resíduos sólidos urbanos mais cómodo para o utilizador, ambientalmente mais sustentável e mais económico a médio e a longo prazos, evitando com isso, o aumento da tarifa dos resíduos.
Há quatro anos eram reciclados apenas 4% da totalidade dos resíduos produzidos no concelho. Depois de um projecto piloto a recolha selectiva foi estendida a todo o concelho, através colocação de ilhas ecológicas (que engloba contentores amarelo, azul, verde e um normal) por toda a área. No entanto, na freguesia da Usseira e na vila de Óbidos continua a ser feita a recolha porta a porta, tendo em conta a especificidade do local.
Comparando estes valores com o resto do país “podemos concluir que o concelho de Óbidos apresenta valores muito positivos relativamente à quantidade de resíduos que envia para reciclagem”, refere o vereador Humberto Marques.
Este responsável adiantou ainda que conseguiu reduzir-se em 3,5% a quantidade de resíduos indiferenciados depositada em aterro, atingindo um dos principais objectivos do projecto.
A Câmara está a preparar uma carta para enviar à população, onde dá nota da colaboração de todos, tornando assim possíveis estes resultados, que fazem de Óbidos “uma referência nacional” nesta matéria, diz o autarca.
Humberto Marques apela a uma maior mobilização, que permita ainda crescer mais ao nível da separação de lixos, destacando que o principio que os rege é o da redução da despesa, que se traduz na redução do custo do que é enviado para aterro.
O vereador com o pelouro do ambiente refere que, atendendo à caracterização do concelho, a reciclagem pode crescer até aos 60%, mas isso envolve a separação também da componente orgânica. A autarquia apresentou, em conjunto com a ValorSul (empresa de Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos das Regiões de Lisboa e do Oeste) uma candidatura ao sistema “Pay as You Throw” (sistema de tarifa variável), que deverá ter resposta até finais de Abril.
Esta aposta na componente orgânica envolve um investimento, em tecnologia e sensibilização da população, na ordem de 1,3 milhões de euros.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt