
As obras da EDP nas Caldas têm levantado um coro de queixas devido aos trabalhos em passeios e aos estaleiros montados em frente a estabelecimentos comerciais.
No final da passada semana, quando os trabalhos estavam a chegar à Rua Dr. Miguel Bombarda, houve quem não aceitasse as obras à porta das lojas em plena época de vendas de Natal. A confusão gerada acabaria por levar à intervenção do presidente da Câmara, que chegou a suspender a empreitada. Mas comerciantes, autarquia e EDP acabariam por chegar a um entendimento.
Fonte oficial da EDP disse à Gazeta das Caldas que o atraso nas obras se deveu ao mau tempo que se fez sentir há algumas semanas e garantiu que a empreitada estaria concluída na passada terça-feira, dia 13 de Dezembro.
Desde Setembro que a EDP realiza na cidade das Caldas da Rainha as obras necessárias à remodelação da rede de média tensão que alimenta a cidade. E desde essa altura que se ouvem queixas relativas aos transtornos causados por uma obra desta envergadura, que obrigou ao corte de ruas e à abertura de longos buracos.
As críticas subiram de tom na passada sexta-feira, dia 9, quando em plena altura de compras de Natal as obras chegaram à Rua Dr. Miguel Bombarda. Cientes da necessidade da empreitada, os comerciantes criticam a altura escolhida para que esta se realizasse e dizem-se prejudicados numa época crucial para o comércio.
De acordo com Carlos Bica, proprietário de uma ourivesaria na rua, “o timing das obras foi muito errado”. O comerciante garante que apesar de o seu negócio ter sido prejudicado, “os mais prejudicados são quem nos visita. As pessoas têm-se queixado muito”.
Reconhecendo a necessidade das obras, diz que “houve alguém que se esqueceu do papel da Rua D. Miguel Bombarda na gaveta e o tirou muito tarde, quando o devia ter tirado logo em Junho ou em Setembro”. E alerta que em obras deste tipo “tem que haver alguém que coordene, com bom senso, com cérebro para fazer estas coisas”.
A altura em que as obras foram levadas a cabo é também contestada por João Frade, presidente da Associação Comercial dos Concelhos das Caldas da Rainha e Óbidos (ACCCRO). “Este timing não é de todo admissível”, acusa o responsável, salientando que “é nesta altura que há mais visitantes na cidade, mais gente nas ruas e o comércio vende mais”.
João Frade diz que tem recebido queixas por parte de vários comerciantes e que sensibilizou a autarquia e a EDP para a necessidade de se apressarem os trabalhos. “Esperamos que o mesmo não se passe quando as obras da regeneração urbana chegarem à zona de comércio”, diz o responsável, defendendo que “devia haver um maior cuidado no planeamento” destes projectos.
Contactado pelo nosso jornal, o presidente da autarquia caldense, Fernando Costa, diz que “é lamentável o atraso que houve nas obras”, que deviam ter terminado no final de Novembro. Mas acrescenta que “não é por mais uns dias” que o comércio se irá ressentir. “Nestes dias não venderam tanto, pode ser que agora vendam tudo”, disse.
O autarca salienta que estas “são obras muito importantes para alguns estabelecimentos comerciais”. Trata-se de “dois milhões de euros investidos pela EDP para melhorar a rede eléctrica” o que vai beneficiar os estabelecimentos que até agora não tinham voltagem suficiente, aponta. “Como é possível haver melhorias sem obras?”, questiona o autarca.
Ainda assim, Fernando Costa diz que “os comerciantes que se sentem prejudicados podem sempre pedir indemnização à EDP”.