PCP “não abdica” da luta pela Linha do Oeste e novo Hospital

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Paulo Raimundo teceu várias críticas ao governo perante uma plateia de mais de 300 militantes e simpatizantes do PCP
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Paulo Raimundo participou na Festa de Verão, que decorreu junto à Lagoa de Óbidos e juntou mais de 300 pessoas

“Tanto na questão da eletrificação da Linha do Oeste como do novo Hospital não vamos abdicar da luta. Vamos fazer o que fizemos até hoje, propor, propor, mobilizar as populações e confrontar o Governo, e vai ter de ceder”. Palavras do secretário geral do PCP, Paulo Raimundo aos jornalistas, à margem da Festa de Verão, que decorreu a 14 de julho, junto à Lagoa de Óbidos, numa organização da DORLei.
Preocupado com a falta de resposta do atual governo a questões como os salários e pensões, habitação e saúde, Paulo Raimundo considera que o problema não é a falta de dinheiro, mas uma questão de opções. E dá um exemplo: “o Governo em vez de entregar 4,5 mil milhões de euros em IRC, em quatro anos, aos grupos económicos, os tais que já têm os 29 milhões de lucros por dia, pegava nesse dinheiro e investia”. No entanto, garante que a opção do Governo não é essa, mas antes “arrastar e desmantelar o SNS, no seguimento do governo anterior e abrir frentes de negócio para os grandes grupos económicos”. Crítico das políticas do atual Governo, o dirigente comunista deixou ainda outra comparação: “o valor que a NATO nos quer obrigar a investir em defesa é o mesmo que o Governo vai dar em benefícios fiscais aos grandes grupos económicos”.
Reconhece que, face às opções que estão a ser tomadas pelo atual governo, “vai ser difícil” o novo Hospital do Oeste começar a ser construído durante esta legislatura, mas deixa o compromisso do PCP em lutar pelo seu “arranque”. Já no que respeita à localização, Paulo Raimundo não se pronunciou, dizendo apenas que estão “concentrados” em que se decida fazer a obra.
Também a falta de investimento na Linha do Oeste é outra “má opção do Governo”. “Com o que é que o país ganhava mais? Em continuar com a eletrificação da linha ou a entregar 10 milhões em benefícios fiscais à NOS, como fez, ou 7 milhões ao grupo Pestana”, questionou, garantindo que, neste caso, “o Governo vai ter de ceder, por muito pouca vontade que tenha”.
Na sua intervenção, Paulo Raimundo acusou o Governo de ser “anunciante, perito em propaganda, e a governar ao serviço e a mando dos grupos económicos”, acompanhado pela IL e Chega. Defendeu uma política alternativa, com “opções claras” ao nível do aumento dos salários e pensões, dos serviços públicos, do combate à precariedade e exigência do acesso à habitação. “É o controlo público dos sectores estratégicos, um país soberano e capaz de produzir, que faz falta, é para aí que é preciso convergir”, concretizou. ■

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