Votação no Parlamento sobre novo Hospital inflama ânimos entre PSD e o executivo caldense

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A união que sempre houve em torno das questões da saúde tem sofrido um viés nas últimas semanas
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A união em torno do tema da saúde e construção do novo Hospital parece estar em causa, com acusações de parte a parte

A recomendação da Comissão de Saúde da Assembleia da República (AR) para que o Governo construa, ainda nesta legislatura, o novo hospital do Oeste, no local já definido (Bombarral), está a gerar polémica. Desde logo nas redes sociais, com críticas à votação dos deputados das Caldas e de Óbidos, Hugo Oliveira e Telmo Faria, eleitos pela coligação PSD-CDS, no distrito de Leiria, e depois com comunicados da autarquia caldense e também da concelhia do PSD.
A Câmara das Caldas manifesta uma “profunda rejeição” por aquela resolução, contestando que na Assembleia da República, “nenhuma voz deu corpo às legítimas pretensões de Caldas da Rainha”. O presidente da Câmara, Vítor Marques, diz-se “contrário a qualquer proposta, resolução, ou decisão” que contenha no seu teor a indicação de construção do novo Hospital na localização definida pelo estudo da OesteCIM, que indica o Bombarral como a primeira opção. Garante que a sua posição tem sido “consistente e irrenunciável”, seja quando fala para os caldenses ou para os representantes do Poder Central, tanto do anterior como do atual governo. “A posição do presidente da Câmara e do Movimento que o elegeu não vacilou em qualquer circunstância, por afirmação ou por omissão”, refere no comunicado emitido a 12 de julho.
O autarca justifica a posição defendida com um parecer técnico, que aponta “graves insuficiências e deficiências” nos critérios contidos no estudo contratualizado pela OesteCIM, mas que o governo “se tem recusado a tomar em linha de conta”. Deixa, por isso, um apelo aos caldenses para se “unirem e falarem a uma só voz”, para defender o que “já é seu, que faz parte da sua história e da sua identidade, sem se deixarem distrair pelo que é secundário, em detrimento do que é realmente essencial: a construção urgente do novo hospital do Oeste no nosso território”.
Também o PSD caldense já reagiu, em comunicado, para esclarecer a polémica, que diz não ter criado, sobre a localização do novo Hospital. A comissão política concelhia reage, assim, a “comentários indignos deturpadores da verdade nas redes sociais”, dos quais o PSD e os deputados eleitos pela região se consideram “injustamente acusados” de não se baterem pela defesa da construção de um novo Hospital localizado nas Caldas/Óbidos. Esclarecem que as afirmações “não correspondem à realidade e prejudicam a luta unida a favor do nosso Hospital” e lembram os passos que o partido, a nível local, tem dado.
Referindo-se às recomendações, afirma que a sua aprovação vai no sentido de recomendar a rápida construção de um novo Hospital para o Oeste, indicando que deve manter a sua construção no local anteriormente definido, neste caso no Bombarral. “O PSD absteve-se porque, como defendeu o seu deputado responsável por esta área, o ex-bastonário da Ordem dos Médicos, Dr. Miguel Guimarães, é a favor da construção de um novo Hospital no Oeste, a favor de investimentos nos atuais hospitais, mas não se pode votar a favor porque a localização deverá ser reavaliada”, concretiza a comissão política, que se congratula com esta posição.
O PSD aponta o dedo aos “secretários da vereação da Câmara, nomeados politicamente pelo presidente Vítor Marques”, que após a notícia na comunicação social, “quebram pela primeira vez a unidade que sempre existiu na defesa do Hospital das Caldas, fazendo nas redes sociais um ataque ignóbil com ofensas pessoais brutalmente agressivas e sem fundamento aos deputados Telmo Faria e Hugo Oliveira, particularmente a este último, como se tivessem feito algo que não deviam na luta da defesa do nosso Hospital”. Manifesta ainda a sua “total solidariedade” aos deputados e lamenta que o presidente da Câmara “não se demarque dos ataques” sobre o assunto, nas redes sociais. Para o PSD, com o comunicado emitido pelo presidente da Câmara, quebrou-se pela primeira vez a unidade que sempre existiu entre as várias forças políticas e os caldenses na defesa do novo Hospital.
À Gazeta das Caldas, o deputado caldense Hugo Oliveira explica que a votação que resultou o texto da comissão da saúde foi igual à de 17 de maio, quando votaram os projetos de resolução. Salienta que, nessa altura, deu nota do seu voto na sessão de câmara das Caldas, sem que houvesse qualquer contestação e também que foi sempre informando o presidente da Câmara, que é quem considera que deve de liderar o processo. Sobre a polémica nas redes social, diz que só respondeu quando lhe “fizeram insultos pessoais” e que já remeteu o caso para o seu advogado analisar.
“Enquanto deputado na Assembleia da República continuo a defender, sempre, o novo hospital nas Caldas”, garante Hugo Oliveira, acrescentando que os projetos de resolução aprovados têm, depois, uma taxa de execução baixa, e que “por isso, tem uma importância relativa”. Considera que o mais importante é “o contacto e conseguir fundamentar a opção Caldas da Rainha”, defendendo a realização de um estudo, para contrapor ao existente, para fazer chegar à ministra da Saúde. Recorda que nas Caldas houve sempre uma união entre os partidos sobre esta matéria e que sente que “estão a querer matar o mensageiro”.
O deputado social-democrata afirma que, para além do ataque nas redes sociais, foi criado um documento anónimo e que está a ser veiculado através de whatsApp, onde também é atacado politicamente. ■

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